Wednesday, December 16, 2009

Mensagem aos Patrocinadores :

O 1ª CAIC, (Contornando a América interligando culturas), elaborada pelo artista plástico Luiz Felipe Lyrio será um símbolo da aventura. Percorrida por vias alternativas, com o objetivo de alcançar pontos extremos da America do Sul, unindo aventura, cultura e arte.

Juntamente uma exposição de pinturas e lançamento de um livro com informações baseadas no conteúdo das anotações de diário.

Uma exposição virtual com fotos e filmes de todo o evento será exibida no site do artista.


Será editado um livro de conteúdo obtido das anotações do diário dessa viagem, contendo fotos e relatos dos principais locais percorridos.

Pessoas relatando seus costumes, curiosidades. Informações gerais foram anotadas e registradas, relatando passo a passo toda a aventura.

Visando o patrocínio de empresas, um grande evento nacional, que contará com os grandes meios de comunicação do Brasil, é que estamos enviando um breve descritivo do que envolve este projeto.

Foram aproximadamente 25.000 Km entre o ponto de partida até o retorno, estradas de terra e as principais rodovias da América do Sul percorridas exclusivamente de carona, alguns trechos via trekking e quase 3.600 Km por balsa cruzando todo o rio Amazonas partindo do Rio Urubamba no Peru, com etapas diárias de 300 a 500 Km ao longo do grande rio.

Paradas constantes nas comunidades nativas ribeirinhas e tribos indígenas durante a navegação do rio amazonas.


"Parti de Vitória, capital do estado do Espírito Santo com o primeiro destino ao extremo meridional no sul do continente americano, o Ushuaia, a cidade mais austral do planeta.

Do Ushuaia percorri toda a América do sul com destino a cidade de Quilabamba no Peru, onde começei a navegar o rio amazonas de sua nascente até Manaus, capital do amazonas.

Tive uma infra-estrutura simples: Uma mochila com equipamentos necessários, maquina fotográfica e filmadora.

Aos patrocinadores desta aventura, estamos propondo a divulgação de sua marca na exposição e edição dos livros e exposição de pinturas.

Será produzido pequenos vídeos com o registro de todo o percurso que será oferecido também as emissoras de televisão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, França e Suíça para sua exibição.

Serão disponibilizadas fotografias de toda a viagem, que poderão ser livremente usadas pelos patrocinadores e divulgação das empresas no livro e nas exposições.


Outras formas de divulgação poderão ser acordadas entre a empresa e a equipe participante."

                   Marck Guirmarães(international contact)-0055-27-8148-2698







Peruanas no vilarejo de Ollantaytambo preparando a conhecida Xixa, uma bebida do tempo do Inca.
Senhora Justa, uma artesã nativa colhendo frutas no vilarejo de Toconago, região do vasto Atacama.
Ponta de lança de quartzo da era pré-européia dos índios do Ushuaia, encontram-se milhares de flechas e lanças em toda Terra do Fogo.

Farol na cidade de La Serena no Chile, cidade portal do deserto do Atacama.


Atacama, Vale do Jerê. Ao fundo a esquerda um vulcão em atividade

Video - Travessia do Estreito de Magalhães:

Levei roupas adequadas para enfrentar tais mudanças de condições climáticas, barraca e saco de dormir que suportam baixas temperaturas, calçado e agasalho impermeável para suportar chuvas e umidade. Mantas de sobrevivência também serão usadas. A seguir informações sobre o clima dos respectivos lugares:


Patagônia (clima)
No hemisfério sul em dezembro já é verão, de clima morno-abafado, em Buenos Aires,passando as temperaturas de outono na Patagônia e Terra do Fogo,que geralmente são baixas.

Machupicchu (clima)
O clima da região é semi-seco e frio. Chuvoso durante o verão (dezembro a março) e ensolarado entre maio e setembro, porém não são raros dias de chuviscos. A temperatura máxima alcança os 27 graus e a mínima raramente desce dos 11. Já houve casos em chegar a 4º graus centígrados.



Amazônia (clima)
O clima amazônico apresenta temperaturas médias, máximas e mínimas anuais, oscilando respectivamente entre 24 oC e 27 oC, 30 oC e 32 oC e 18 oC e 23 oC e os totais anuais de brilho solar variam entre valores aproximados de 1.500 h e 2.600 h. A umidade relativa do ar oscila entre 67% e 90% e os totais pluviométricos anuais estão contidos entre 1.300mm e 3.000mm.
Roupas:
  • Bota da marca francesa Salomon 100% gorotex (01);
  • Luva (01);
  • Camisetas Dry Fit (03);
  • Bermudas (02);
  • Óculos especiais prot. UV (01):
  • Meias (10)
  • Calça impermeável (01)
  • Jaqueta impermeável c/ capuz (01);
  • Casaco p/ baixas temperaturas -10° (01);
  • Calça p/ baixas temperaturas (01);
  • Sandália franciscana Trekking (01);
  • Tênis Clima dry (01).

Equipamentos:
  • Barraca camping/iglu /portátil/especial para frio (01);
  • Saco dormir -12°(01);
  • Manta sobrevivência (05);
  • Kit Farmácia (01);
  • Mochila especial c/ capa de chuva (01);
  • Toalhas especiais p/ camping (02);
  • Câmera fotográfica e acessórios;
  • Mapas;
DESERTO DO ATACAMA (CLIMA)

O deserto do Atacama está localizado na região norte do Chile com cerca de 200 km de extensão e é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em conseqüência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude.

Assim, quando se evaporam, as nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante épocas sem chuva.
Isso o torna de aridez incrível. As temperaturas no deserto variam entre 0ºC à noite e 40ºC durante o dia.

Em função destas condições existem poucas cidades e vilas no deserto, uma delas muito conhecida é San Pedro do Atacama ou São Pedro do Atacama que tem pouco mais de 3.000 habitantes e está a 2.400 metros de altitude por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e o principal ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro, mochileiros, fotógrafos, astrônomos, cientistas, pesquisadores, motociclistas e aventureiros.

Levo comigo uma mochila de no maximo 15kg, somente com equipamentos necessários, tais como:

Um par de botas para caminhada, capa de frio e chuva, calças impermeáveis, saco de dormir, barraca de camping de formato iglu, óculos de proteção UV, luvas especiais,roupas, primeiros socorros, mantas de sobrevivência, etc.

Além de uma filmadora portátil e câmera fotográfica .

Levei comigo o mínimo volume possível, levando em conta o constante deslocamento de um lugar para o outro, percorrendo trilhas ou esperando carona em rotas inóspitas e rios.








Thursday, November 19, 2009

Projeto CAIC - Contatos:



















Luiz Felipe Lyrio
e-mail – lyrioartes@gmail.com
Tel- (77)9114-3770
byfelipelyrio@msn.com
facebook - http://www.facebook.com/home.php#!/lyrioartes










Leandro Ricardo de Araújo (Web Design)
Avenida Maruipe 614
Tel: (27) 8804 0476







1º CAIC - Contornando a América Interligando Culturas


Wednesday, February 11, 2009

Projeto CAIC - Apresentação Geral

"Assim, minha obra vai ressurgindo infinitamente em sua representação plástica construída através de uma grande viagem pela América do Sul.

Por isso a categoria de Artista-Viajante é a base para se entender o CAIC. Ela tem a ver com a viagem em si, ou seja, com a idéia da América do Sul, tem a ver com a grande viagem pela memória; tem a ver com a idéia da conexão entre o meu trabalho de reflexão teórica e o meu trabalho plástico.

Não estou vendo a viagem com o olhar do explorador, nem estou querendo preservar ou destruir o status dessas culturas, nem uso os óculos do jornalista ou do antropólogo. Penso na viajem visando imagem, dentro de um processo de comunicação."
Felipe Lyrio


"Ao longo desses últimos 500 anos foram constantes as descobertas da América do Sul.

A idéia de ser um artista viajante vem ao encontro desta tendência, que se repete desde a colonização. As narrativas dos primeiros viajantes misturaram-se com as experiências vividas, reproduzindo paradigmas dos colonizadores em diferentes momentos históricos de construção identitáriaProcesso criativo, uma experiência que une fotografia e pintura.

Esse projeto artístico, que está sendo construído em cima de um projeto de captação de memória, retomou definitivamente a dimensão fotográfica que foi deixada de lado pela pintura depois da invenção da câmera fotográfica.

O que seria o desenho, o diário de viagem dos primeiros viajantes, virou agora um álbum fotográfico que só depois se transforma em uma série de desenhos e também
transformando num livro.

No meu processo criativo uso fotos de minha autoria inserindo tonalidades modernas, para reproduzir estas imagens fotográficas e gerar as pinturas exibidas nessa apresentação, utilizei técnicas de ampliação adotadas pelos operários da cenografia e montagem, que no dia-a-dia pintam cenários teatrais imensos, reproduzem obras de arte, fazem complicados fundos para instalações artísticas etc. "

Felipe Lyrio

(Foto aproximada/ índia xinguana)


(Índia e filho/Califórnia-EUA)

Espetacular por do sol na Terra do Fogo, estava a bordo de uma divertida carona.



Cidade do Ushuaia, portal de entrada.



Uma carona com a FAB de Manaus ao Rio de Janeiro.

Casal de campesinos, descendentes Inca.

Inicio da grande jornada pelos rios peruanos.

Porto de Pucallpa - Peru






Apoio necessário para produção e exposição das Pinturas e edição do Livro :
Produção/Edição/Livro
Galeria para exposição
Materiais/Pintura
Aluguel Ateliê
Ajuda de custo/Produção
"Abaixo um trecho do livro, começando do inicio dessa extraordinária aventura, sendo editado cada detalhe de todo o percurso da viajem, do inicio ao fim."
(obs: O texto encontra-se em fase de construção contendo partes a serem corrigidas.)
Boa Viagem!!!

Inicio - página 1

Vila Velha-ES/Brasil/sexta-feira 09 de fevereiro de 2007/08:42h
"As 8:42 da manhã do dia 09 de fevereiro de 2007 sou despertado pelo telefone, acordo com um susto ainda com muito sono e preguiça.


No dia anterior havia combinado de ir a praia com uma amiga, na Praia da Costa próximo ao farol de Santa Luzia localizado no inicio da orla de Vila Velha, era ela no telefone já na praia me esperando. Desci do 9º andar vestindo uma camiseta, calça comprida e de chinelo, ainda quase dormindo. Fui caminhando, estava somente a uma quadra do nosso encontro.


Ao pisar na areia observei-a deitada, aproximo lentamente e de longe ela acena com a mão.


Ficamos ali conversando sobre o inicio da aventura naquele dia ansioso em que começaria a realizar essa ousada viajem. Aproveito para observar, admirar aquela praia com seus navios e pedras, despedindo-me da bela paisagem que certamente, por alguns meses, não iria desfrutar.


Estava a dois meses trabalhando nesse projeto, dia e noite pesquisando tudo, meios de transporte, custos ,distancias, clima, população, etc.


Tentava escrever o projeto e pedia apoio a algumas empresas que parecem fechar as portas para colaborar. Consegui alguns equipamentos de frio e camping com amigos donos de pequenas empresas e boa parte do material esportivo foi pago pela IE (international-exange) uma conhecida empresa de intercambio cultural.


Naquela manhã depois de exaustivos dois meses de trabalho consigo finalmente esquecer toda essa parte chata e focalizar a viagem como um fato real que daria inicio naquela noite.
Despedi-me da Dayane depois de duas horas de sol e praia, foi uma manhã especial por ter, literalmente, acordado na praia.


Retorno em casa e, ate a hora do almoço fico testando minha câmera fotográfica . Era uma sony ciber shot DSC-W50 semi-profissional de 6.0 MP, suficiente para registrar toda a viajem obtendo boas imagens.


Também admirava minhas roupas de frio, equipamento de pesca, saco de dormir e mochilas.
Dentro do apartamento um sombrio silencio fundia-se com a magnitude dessa grande aventura que iniciava nesta noite.


Pela tarde fui a Cidade de Vitória comprar medicamentos e minha passagem ate o Rio de Janeiro com a Drª Márcia, uma grande amiga que me apoiou durante toda a pré-produção. A noite sou convidado por ela para comer uma costela num ótimo restaurante na Praia da Costa para depois ir diretamente a rodoviária onde embarcaria para o Rio de Janeiro as 22:15.


Conversamos saboreando uma costela no bafo, já de mochila no carro.
Saímos do restaurante e buscamos Vitor em sua casa, também pegamos sua namorada Flavia e uma amiga que ajudou um pouco no projeto, a Alessandra.


Na rodoviária ficamos na plataforma de embarque conversando, ate chegar mais dois grandes amigos que também ajudaram muito no projeto, Juliano e Douglas.


Douglas me pergunta se estava nervoso por iniciar essa grande viajem, quando começava a responder Juliano interrompe e responde por mim falando: “Ele já esta acostumado com isso...”
Realmente estava bem tranqüilo naquela noite, apesar de existir fatores preocupantes como o grande itinerário da viajem a pouca condição financeira e meu espanhol que ate então era horrível.


Depois daquele tradicional clima de despedida regado de fotos e abraços finalmente embarco no ônibus dando inicio a essa grande aventura.


Parti admirando a linda paisagem da cidade de Vitória a noite cruzando a 2ª ponte, observando suas luzes e a belíssima ponte Florentino Ávidos, conhecida também com “5 Pontes”, pensando a todo momento na longa jornada que terei nos próximos 6 meses, essa ansiedade não me fez dormir bem durante a viajem e chego no Rio bem cansado. Desembarco na cidade maravilhosa no dia seguinte as 6:30 da manhã do dia 10 de fevereiro.


No Terminal Rodoviario Novo Rio pego um ônibus urbano diretamente a Barra da Tijuca onde passo mais uma noite.


Hospedo-me na casa de um dos donos da IE onde ganho mais alguns equipamentos importantes como uma bota impermeável da marca Salomon uma das melhores do mundo para esse tipo de aventura, conhecidas pela extrema resistência e conforto, ganhava também casacos e óculos especiais para baixas temperaturas completando minha mochila com os últimos equipamentos que precisava.


Almocei com Patrick e sua namorada Cecília, conversamos um pouco e damos algumas risadas com sua empregada crente muito divertida. Cecília falava de sua experiência mochileira em seu belíssimo passeio pela Nova Zelândia, narrando aquelas incríveis paisagens de montanhas nevadas, florestas e mar presentes num só cenário. A tarde foi banho de piscina ao escaldante sol carioca, aproveitei bastante aquelas horas de mordomia e lazer, pois sabia que teria um longo caminho pela frente escasso de tal conforto.


À noite falo com Vitor pela web, organizo definitivamente minha mochila retirando materiais desnecessários compactando tudo em seu interior, vou dormir as 3:00 da manhã assistindo filmes.


As 8:36 da manha do dia 11 de fevereiro deixo sua casa, Patrick me acompanha ate o portão e tira do bolso 100 reais, entrega desejando-me boa sorte. A mãe do Vitor havia me dado 50 reais na noite que embarquei para o Rio e a Drª Márcia mais 60 reais alem de financiar material de desenho.


Tudo que eu tinha era 210 reais, um bloco de desenho para fazer caricaturas durante a viajem e muita coragem, pretendia com essa “infra-estrutura” percorrer quase 25 mil quilômetros sendo 3000 Km navegando o rio Amazonas.


Parecia algo impossível viajar de carona ate o Chuí , cruzar todo o Uruguai e toda a Argentina via rota 3 e 40, conhecer quase todo o Chile e Peru, finalmente navegando o grande rio de Iquitos ate Belém.


Começava naquela manha de domingo esse ousado percurso debaixo de um forte sol.
Saio da casa de Patrick e pego o ônibus ate o terminal rodoviário Novo Rio, onde compro um mapa do Brasil para me localizar durante o percurso ate a ultima cidade no extremo sul do Brasil, na divisa com o Uruguay, o Chuí, primeiro objetivo da viagem.


A rodoviária cheia, extremamente movimentada, típica de um domingo ensolarado de ferias de verão carioca.


Compro a passagem ate Barra Mansa, cidade localizada na BR- 116 a 132 quilometros do Rio de Janeiro onde pretendia pegar minha primeira carona.


Saio da rodoviária as 9:40am num belo ônibus subindo a serra fluminense curtindo sua paisagem belíssima, composta de serras cobertas pela preservada Mata Atlântica daquela região, curti muito essa passagem tão curta e rápida.


Chegando na cidade de Barra Mansa pego um ônibus urbano ate um conhecido posto de gasolina na BR-116 chamado Posto Formidisel, desço no posto e piso na pista fazendo meu primeiro contato com a “BR”, daqui pra frente contava apenas com a estrada, carona e a sorte.


Posiciono-me sobre aquele sol escaldante do outro lado do posto onde havia somente um acostamento e arvores, já eram 11:52, o asfalto parecia pegar fogo, minha Salomon estava fervendo por fora, e meu pé queimando por dentro, naquele clima típico de verão brasileiro, o mormaço do calor acompanhava a linha horizontal do asfalto, uso pela primeira vez o protetor solar que estava na lista dos medicamentos de emergência na minha mochila.


A estrada estava com pouco trafego de caminhões, os caminhoneiros em geral preferem não viajar no domingo. Fico ali e passam algumas carretas.


Durante duas horas frito sobre o sol e nada de carona, a ansiedade da primeira carona e a grande expectativa da primeira carreta estacionar naquele acostamento me deixa eufórico e inquieto , o calor juntamente com a ansiedade vai me cansando e provocando fome, havia na minha mochila barras de cereais e aveia que comprei num supermercado na Barra da Tijuca, comi um pouco e minutos depois a grande surpresa, encosta um grande caminhão na estrada a cerca de 20 metros de onde estava, com certeza a minha primeira carona rumo ao extremo sul da 116.
Barra Mansa-RJ/Brasil/BR-116,Km-163/Domingo 11 de fevereiro de 2007/13:29h
Lentamente ele para seu caminhão, com o passo acelerado me aproximo, abro a porta começando o ritual de embarcar as mochilas, exercício que repetiria inúmeras vezes em toda a viajem.
Me apresento ao motorista falando meu nome e meu destino, ele responde que vai ate Lorena-SP. Finalmente entro e fecho a porta, observo a pista atrás do enorme para-brisa e sinto uma enorme alegria por ver aquele asfalto la em baixo com a grande 116 toda a minha frente, neste exato momento inicio a grande viagem de carona pelo continente latino americano rumo ao extremo sul meridonal.
O nome do animado caminhoneiro era Rodrigo, morava no interior de São Paulo e estava indo para Lorena. Conversamos muito durante o trageto, ele falava muito e era negro, não conhecia o Ushuaia, felei que era a ultima cidade do continente e ficava a mais ou menos 6000 quilômetros de onde estávamos, ele se mostrou impressionado com a distancia, resolvi não dizer a a verdadeira distancia que iria percorrer em toda a viajem que daria em media 20.000 quilometros de asfalto viajando somente de carona, acho que ele não acreditaria nessa historia.
Percorremos algumas centenas de quilometros ate as proximidades da cidade de Lorena, desço novamente num posto de gasolina de bom trafego de caminhões, agradeço pela carona deixando a porta do caminhão aberta onde tiro uma foto de Rodrigo, fecho a porta dando o ultimo adeus, o caminhão se afastava lentamente, quando estava a mais ou menos 100 metros, eu ainda olhando para o caminhão percebo que havia esquecido a capa da minha maquina a prova d’água dentro do caminhão ao lado da poltrona entre o piso e a porta no momento em que tirei a foto. Ainda tentei acenar mais ele já estava longe, infelizmente perdi minha CASE, nesse mesmo instante prometo a mim mesmo prestar mais atenção e fico alguns minutos pasmado lamentando esta perda.
Fico novamente pedindo carona e durante 25 minutos ninguém que descia a 116 me levou, vejo dentro do posto, a poucos metros de onde estava no acostamento, um caminhão abastecendo, fui andando em direção ao motorista que estava ao lado da bomba de combustível, perguntei a ele se podia dar uma carona, e ele disse sim.
Era Laudimir Antonio dos Santos, um caminhoneiro curitibano que tinha um sotaque muito forte, puxava fortemente o “r”, e ria de mim porque não tinha sotaque. Foi uma viajem agradável, ele também falava muito e paramos algumas vezes para fazer chimarrão, ele também não sabia onde ficava o Ushuaia.
Em pouco tempo passamos por Aparecida, fotografei da janela a igreja em que o papa visitaria em sua breve viajem ao Brasil. Entardeceu e já cruzava-mos São Paulo, Fotografei o estádio da Portuguesa Futebol Clube e alguns trechos do rio Tietê.
Já a noite paramos num ótimo auto-serviço para caminhoneiros chamado Posto Grall, já no estado de Curitiba, eram 19:42 quando chegamos, comemos uma deliciosa e conhecida chuleta, bastante comentada pelos caminhoneiros, havia ate salão de beleza onde aproveito para cortar o cabelo.
Partimos dali percorrendo mais dez quilômetros ate outro parador na BR-116, onde dormiríamos nesta noite. Laudimir estaciona o caminhão, desço e desejo boa noite a ele. Armo minha rede ao lado de uma borracharia debaixo de um telhado de eternit.
Havia neste local muito mato e mosquitos, desisto de ficar ali devido ao barulho desses insetos, desarmo a rede indo em direção ao restaurante que também alugava quartos. Aproximando-se da entrada sou saldado e convidado para beber vinho por uma mulher argentina bêbada que estava ao lado de sua filha de 5 ou 6 anos e seu marido, fiquei um pouco assustado com essa cena, passei calado e entrei naquele pacato restaurante de beira de estrada, já estava muito cansado e com sono.
Negocio um quarto com uma jovem menina um por 10 reais para passar a noite, tinha cama de casal e ventilador, era 20 reais, na verdade, me pareceu que a menina foi com a minha cara e me fez por 10 reais, disse que era pra não falar nada com a dona, fiquei calado, é claro.
Tomo uma ducha num banheiro sem luz, terminado o banho entro no quarto e mais uma vez não consigo dormir direito devido a ansiedade, havia já combinado de trocar de caminhão na manha seguinte manhã com um amigo de Laudimir, que por coincidência chamava-se Laudemir.
Peguei no sono as 03:00 acordando as 05:00, sai do quarto direto para o caminhão, Laudimir já estava acordado. Com e céu ainda escuro percorremos mais cinco quilometros ate a casa da Mulher de Laudimir onde estacionanmos no acostamento e entramos para beber chimarrão.
Ficamos ali fazendo sessões de chimarao e conversando bastante, havia mais um homem alem da esposa de Laudimir e três crianças no quarto fazendo muita bagunça em cima da cama.
Naquela manhã participei do tradicional chimarrão da região sul do Brasil. Saímos dali e embarcamos, em poucos minutos estávamos curtindo o amanhecer na estrada.
Já a bordo caminhão de Laudemir descendo a BR-116 em direção ao rodoanel de Curitiba onde seria minha próxima parada. Curto um pouco aquele amanhecer a as 10:00h peço licença a Laudemir para dormir no colchão atrás dos bancos da cabine, pois na não dormia bem desde o inicio da viajem em Vitória.
Estava dormindo e as 13:20 sou acordado com uma falação, era Laudemir orientando um mineiro com dificuldades para entrar no complicado rodoanel de curitiba.
Ele além de orientar me descolou uma carona com eles, me levaram ate Joenville já no estado de Santa Catarina nesta tarde de segunda-feira do dia 12 fevereiro de 2007.
Fico na beira da estrada de frente um supermercado Makro onde entro por alguns minutos para comprar uma nova case para minha câmera.
Retorno ao acostamento sem a case, não vendia ali.
Fico na estrada mais 40 minutos ate encostar outro caminhão, era um carioca de Nova Iguaçu muito divertido chamado Edson Davi, conversamos muito durante a viajem, ele se queixava da sua mulher que nos finais de semana em que ele trabalhava ela fazia churrasco regado a red bull e wisque para os amigos, também falava que não gostava de viajar com ele e a todo momento ela perguntava quantos quilometros ainda faltava para o destino.
Edson Davi era muito divertido, me adiantou muito nessa viajem me levando direto ate a cidade de Osório no Rio Grande do Sul.
Osorio-RS/Brasil/segunda-feira 12 de fevereiro de 2007/21:10h

O posto onde parei estava bastante movimentado, muitos caminhões e carros.
Digo adeus a Edson e tomo um café numa lanchonete bem cheia no posto, tinha dois ônibus de turismo e muitos automóveis convencionais voltando de alguma praia.
Estava muito cansado e precisaria de muita sorte se quisesse chegar ainda hoje ate a casa de Fátima, uma grande amiga de nossa família que morava em Canoas.
Vou ate as bombas de gasolina pedindo carona a algumas pessoas que estavam abastecendo, durante essa função encontro um Uruguaio Hippie chamado Geraldo que acabara de retornar depois de uma longa viajem de 4 meses pela América do Sul visitando muitos paises, ele também me disse que seria mais fácil conseguir carona no Uruguay do que pela Argentina.
Enquanto conversávamos observei um homem a bordo de uma pick-up dakota branca, pedi uma carona ate Canoas que ficava a 118 quilometros dali. Ele falou que sim... me levou a Canoas !!!
Paulo Cruz, um empresário tranqüilo de pouca conversa me leva ate a porta da casa de Fátima, ainda deixou usar o celular para falar com ela sobre qual direção tomar.
Desci e agradeci muito a carona, Fátima já estava nos esperando no portão. Tirei uma foto com Paulo no momento em que retirava a mochila da carroceria, de frente a casa onde passaria a aquela confortável noite.
Dou adeus a Paulo e entro na casa, converso um pouco com Fátima,uma mulher que não via a mais de15 anos, era bem novo quando ela ainda morava em Vitória.
Logo depois tomo um banho, em seguida arrumo minha mochila e durmo a noite mais confortável ate aqui.


Canoas-RS/Brasil/terça-feira 13 de fevereiro de 2007/09:16h

Acordando tomei um café da manha com a Fatima e as 10:00 horas fomos ate alguns Shopings e lojas para comprar minha case, não havíamos encontrado e finalizamos o passeio pela cidade num jornal da cidade de Canoas para publicar meu projeto, deixo um cd na redação, mas, ate hoje não soube se publicaram algo.


Retornamos para casa e almoçamos, as 2 da tarde ela me deixa de carro numa estação de metro perto da sua casa, para ir a Porto Alegre . De Canoas a Porto Alegre via metro são apenas alguns minutos, cerca de 10 a 15.


Passeio um pouco pelo centro, depois de muita procura encontro uma case, não era como a minha que perdi mas resolveu.


Volto para Canoas ao entardecer, e as 19:32 retorno a Porto Alegre para fotografar seus museus, monumentos, teatros e galerias de arte que se localizam bem próximo uns dos outros.Novamente uso o metro e fotografo o Centro Cultural Mario Quitanda, Museu de Arte, Centro Cultural Banco Standarte e o Mercado Publico obtendo belas fotos.


Retorno a Canoas as 22:00, chego em casa imaginando qual será a primeira carona de amanhã.

Canoas-RS/Brasil/segunda-feira 12 de fevereiro de 2007/08:30h
Fátima comenta de um amigo dono de uma empresa de transporte, ela telefona perguntando se teria hoje algum caminhão descendo para o Chui, mas não conseguiu saber e ficou de ligar a tarde.
Saímos direto de Canoas para o Jornal Diário do Povo onde deixei mais um cd na redação.
Partimos e novamnete volto a BR-116, Fátima me deixa de frente a um posto de combustível nas margens da BR debaixo de um forte sol, agradeço muito a ela pela ajuda. Ela fala para prestar atenção na carona que ainda confirmaria ao chegar em casa.
Fico ali tentando carona, passam muitos caminhões e nada, fico ao mesmo tempo curtindo aquele sol forte, depois de 45 minutos sem carona resolvo sentar abaixo de uma arvore para aliviar o sol, sentado a alguns minutos ali naquela confortável sombra noto que um caminhão parou no acostamento sem eu pedir carona.
Ponho as mochilas nas costas e vou aproximando do veiculo. Entro na cabine e Celestino me fala que quase não me viu porque estava sentado e dei sorte dele ter parado.
Celestino devia ter uns 70 anos, era funcionário da empresa do amigo da Fátima, ela provavelmente ligou para ele e ele orientou Celestino, falando em que local estaria esperando. Que sorte....
Seguimos viajem direto a Pelotas, parando uma única vez para almoçar. Ao chegar em Pelotas cruza-se uma belíssima ponte onde se observa uma linda paisagem, avistando uma linha férrea numa planice sem fim.
Fico num cruzamento na entrada da cidade, vou a uma pequena rodoviária onde me informo qual rodovia devo seguir para ir ate o Chui e quanto custava ir de ônibus.
De ônibus era 24 reais, resolvi tentar uma carona, se ficasse ali muito tempo iria de ônibus mesmo.
Mas a sorte estava ao meu lado, o primeiro caminhão que passa para e me leva ate o Chui, não tinha ficado nem um minuto esperando carona.
Cruzamos aquela estrada admirando a Reserva Ecológica doTaim localizada na BR 471, essa estrada foi aberta no ano de 1946 a 1951 pelo governo Dutra, asfaltada somente em 1970.
A reserva é habitada por inúmeras espécies de peixes e animais silvestres, como jacarés, lontras, capivaras, ratões-do-banhado, além de lobos marinhos. Aves aquáticas de muitas espécies vivem no Banhado do Taim e outras, de toda a América, fazem dele um pouso em suas rotas migratórias. A mais conhecida entre as que habitam a reserva é o mergulhão.
São 16 km de pura beleza, onde a velocidade máxima de 60 km/h deve ser obedecida, em face do encanto do local, da possilidade de atropelar animais e ser multado por um radar eletrônico.
Vimos algumas capivaras mortas e muitas delas vivas aos bandos, jacarés sobre as margens do alagado e muitos pássaros faziam parte daquele cenário onde tirei muitas fotos.


Frederico e eu cruzamos aquela bela paisagem, da janela do caminhao via-se a silhueta da fortaleza a leste, rodeada de neblina e o sol nascendo no horizonte, fatores que deixaram aquela passagem ainda mais espetacular.
Punta Del Diablo-Uruguail/terça-feira13 de fevereiro de 2007/07:32h
Esse animado caminhoneiro me leva do Chui, ate o cruzamento da entrada da cidade de Punta del Diablo.


Fico ali na beira da estrada admirando o pequeno trafego de carros que saiam da cidade. Noto muitos carros antigos e bem conservados, motoqueiros sem capacete pilotando sem nenhum problema são vistos normalmente neste trecho da estrada.


Fico ali 10 minutos, passa uma caminhonete vermelha muito antiga com homens na carroceria, uma deles grita meu nome bem alto,penso comigo,quem será?! Era Frederico, ele passou novamente no sentido Montevidel/Chui acenando e gritando, foi engraçada essa cena.


Demora mais 42 minutos ate parar um senhor que me adianta mais um trecho em solo Uruguaio, na conhecida “ruta 9”.


O nome dele era Mario, estava a bordo de um carro muito antigo e conservado. Fui servindo seu chimarrão durante o trajeto ate Castilhos, localizada no KM 263 da “ruta 9”,fico ali na beira da estrada, em frente cruzamento de Águas Dulces.


Ele conhecia bem todos os lugares que passaria durante minha viajem e me fez uma pergunta em que ouvi muito no mês de fevereiro: “Porque não passa o carnaval no Brasil ?”.
Sempre respondia que, neste ano, passaria um carnaval mais tranqüilo pela patagônia Argentina e Chilena.


Dou adeus a Mario me posicionando para a próxima carona.


Havia bem na frente de onde estava, um posto de informação turística onde ganho um panfleto de uma funcionaria que ali trabalhava, ela também elogia meu nome dizendo que tinha o nome de príncipe.


Fico quase duas horas sem carona, me recordava do Hippie Uruguaio que encontrei em Osório no Rio Grande do Sul, ele falou que seria muito fácil carona pelo Uruguai, não tive essa facilidade, passam muitos carros e todos negam carona.


Desisto de ficar ali parado e dou inicio a uma caminhada de dois quilometros beirando a pista ate um bairro de Castilhos na beira da estrada. Chegando peço um copo de água a um morador, retornando novamente ao acostamento.


Fico mais exaustivas duas horas debaixo daquele sol forte, impaciente e com fome ate parar Joel ao lado de sua mulher.


Joel era um Uruguaio gordo e brincalhão, ao entrar no carro disse ele que me conhecia de um filme pornô, respondi negando isso, mas ele falou para não ter vergonha, pois sua esposa, que estava ao seu lado era atriz pornô. Em meio a muitas bricadeiras Joel me deixa a beira da estrada de frente a uma fazenda que ele entrara.


Disse ele que retornava em uma hora, se estivesse ali ainda me levaria. Aproveito para tirar bonitas fotos daquela linda planice composta de pastos, arvores, muito gado e nuvens sensacionais.


Fico naquele trecho de estrada que era uma reta sem fim, passa alguns carros, mas ninguem se disponibiliza a dar carona. Bem na minha frente percebo o carro de Joel retornando da fazenda aproximando-se da porteira uma hora e meia depois.




Atravesso o asfalto ajudando a abrir a porteira, embarcando novamente no automóvel.
Joel retornava com mais dois meninos que trabalham na fazenda, paramos quilometros depois em outra fazenda. Descobri que Joel e seus funcionarios trabalhavam com lubrificação de maquinas,por isso o grande números de escalas, a carroceria de seu carro estava muito suja de óleo onde tive muito cuidado em por as mochilas para não sujar.


Partimos percorrendo mais alguns quilometros ate a cidade de Rocha, foi uma viajem de muita conversa e risos, percebi que os Urugauios gostam muito de brasileiros e do Brasil, me despedi deles com uma foto, na qual fotografei todos.


Retiro minhas mochilas da carroceria melada de óleo colocando-as nas costas. Parecia um ritual de combate, colocar as mochilas e ajustar as botas para uma caminhada, tudo deve estar acoplado, bem ajustado e compactado, parecia um soldado numa missão, ou um explorador polar, carregando todo aquele equipamento de frio.


Descendo no acostamento dei o último adeus aos amigos que até ali me trouxeram, olhei para o asfalto refletindo no grande percurso que ainda tinha pela frente, fico ali observando o horizonte cortado pela reta sem fim da ruta, um extremo desgaste físico e mental me golpe-a devido a ultima noite mal dormida ou a demora de conseguir carona, pelo menos nesta estrada parecia que eles não estavam dispostos a dar uma caroninha.


Naquele ponto estava eu, bem de frente ao cruzamento de entrada da cidade, uma avenida se desgarrava da estrada a direita em direção a cidade de Rocha, podia-se observar a cidade ao fundo.


Vejo no sentido sul um posto de gasolina, resolvo ir caminhando ate la, para, desta vez, ter uma pouco mais de sorte. Calculo um quilometro de caminhada, que, durante esse trajeto, pedia a deus para não me custar muitas horas esperando o próximo transporte.
Rocha-Uruguail/terça-feira13 de fevereiro de 2007/14:00h

Sento-me ao lado da loja de conveniência do autoposto para descansar, naquele momento me encontrava exausto, com muito sono devido a ultima noite sem dormir e os demorados periodos esperando por carona, estava realmente esgotado.
Fico observando o trabalho dos frentistas, escorado na calçada com a mochila ao lado, naquela hora não tinha forças para pedir carona, atravessei a rua e deitei no ponto de ônibus que estava vazio,cochilei apenas 30 minutos me levantando preocupado com o tempo pois já eram quatro horas da tarde, gostaria muito de chegar ao entardecer em Montevidel, mas, para isso acontecer, dependia muito da sorte.
Fiquei ali de pé, os carros passavam e como o dia todo nada de carona, somente depois de cansativas duas horas de espera, a sorte veio ate mim com algo mais.Eram dois jovens Urugauios, fulano e fulano,disseram eles que estavm indo a Montevidel, mas passariam antes por toda orla de Punta del Leste, perguntaram-me se eu se importava em dar essa volta,disse que não me importava, e claro.
Estavam a bordo de um pegeot esportivo, eram muito conversadores e adoravam o Brasil como todos os uruguaios que conheci neste dia.Enfim sigo caminho,Montevidel via Punta del Leste escutando bossa nova e exercitando meu espanhol que saia naturalmente, percebi que podemos compreender muito bem a eles, eles que não nos compreende.
Entre uma coversa e outra pegamos uma estrada e bem rápido chegamos ao balneário mais famoso do país e um dos mais charmosos da América Latina, oferecendo tanto praias oceânicas do oceano Atlântico, quanto de rio, exclusivamente no Rio de la Plata.
A cidade foi fundada em 1829 por Don Francisco Aguilar, e seu primeiro nome foi "Villa Ituzaingó". Em 1907, passou a se chamar Punta del Este.
Dista aproximadamente duzentos quilômetros da fronteira com o Brasil e está a 130 quilômetros da capital uruguaia, Montevidéu.
O balneário é conhecido por ser freqüentado por artistas e milionários de todo o planeta, atraindo mais de 300 mil turistas no verão.Uma escultura na qual uma mão gigante parece sair da areia, onde fotografei da janela do automovel, tambem passamos numa ponte que seu desenho arquitetonico parecem ondas, essa ponte divertida e um cartao postal da ciadade.
Além das praias, os destaques de Punta del Leste são a gastronomia, com grande quantidade e variedade de restaurantes, onde a "parrillada" (carne e vísceras animais grelhadas de maneira típica), pode ser saboreada, nao tive a oportunidade de exprementar esse prato, estava comendo uma banana nessa viajem e quase sem dinheiro.
Passamos por cassinos e lojas de grifes famosas.Estacionanmos numa loja durante alguns minutos onde fulano parou para comprar velas numa elegante loja. Mas a frente depois de ter cruzado muitas praias paramos na orla tal,de frente ao grande cassino Comrrad, considerado um dos maiores do mundo.
Uma grande baiha com seus hiates ancorados, juntamente com o calçadão e a charmosa paisagem formarão um belissimo cenario do entardecer daquele longo e cansativo dia. Tirei belas fotos desse visual, ficamos ali 30 minutos e partimos.
Durante muitos trechos nesse trageto, cochilei inumeras vezes, quase pegando no sono, acordava sempre com um susto, pois nao queria dormir, olhava aquele visual a cada centimetro em que o cruzava.
Até Montevidel seram mais 130 quilometros de muita conversa. Eles eram fanaticos pelo Uruguai, ao conversar com eles percebo que existe uma guerra entre argetinos e uruguaios, desde Punta del Leste passavam carroes com placa da Argetina havia ao lado esquerdo da estrada uma colina com bandeira do Uruguai muito grande, eu, de brincadeira com eles, apontava para a bandeira e falava que era a bandeira argentina, eles ficavam loucos.
Missao finalizada, cruzei todo o Uruguai, do Chui a Montevidel, conhecendo tambem Punta del Leste.
Sai do Chui as 04:50 da manha e devo chegar as 07:30 em Montevidel.
Montevidel-Uruguail/terça-feira13 de fevereiro de 2007/19:50:00h


Morto de cansado e com muito sono finalmente chego a Montevideu, na despedida fiquei na Avenida Rbla.Armenia, localizada na orla, falei com fulano sobre uma futura exposição de quadros em Montevideu, pois seu irmão era diplomata, fulano achou uma boa idéia mostrar a essa viuajem numa galeria de arte uruguaia, trocamos contatos, para, quem sabe, organizar realmente uma exposição.


Assim pisei em Montevidéu, era uma tarde de vento frio, estava muito cansado, precisava imediatamente descansar.


Saio da orla penetrando nos enormes prédios, me afastando um poucos metros do calçadão, precisava ir ao banheiro e usar um computador.


Entrei num restaurante de uma bela fachada, perguntando a um dos garçons onde ficava o banheiro, ele apontou para uma escada. Subi e, ao entrar no banheiro, uma cena estranha, havia um velho barbudo sentado na privada com a porta aberta e luz apagada, também fedia muito esse banheiro.


Tentava acender a luz e não conseguia, ele falou com uma voz tenebrosa que a lâmpada estava queimada.


Sai dali com um pouco de medo daquela silhueta horripilante, sem usar o banheiro, vou ao outro lado rua, onde havia outro belo restaurante, finalmente conseguindo usar o banheiro sem problemas ou pânico.


Fui também num cyber café onde gastei todo meu dinheiro com 30 minutos de internet, enviei fotos a Vitor e falei com alguns amigos,saindo dali caminhei novamente ate a orla onde estendi uma canga e deitei sobre as mochilas, descansando naquela praia lindíssima, sem algum dinheiro no bolso.


Estava ao lado do calçadão, num lindo gramado, sentado sobre minha canga, utilizando-a pela primeira vez. De frente, uma marina com belos iates e lanchas ancorados, ao meu lado havia um grupo de mulheres fazendo aquecimento para uma aula de futebol.


Fiquei ali cerca de uma hora, descansando e escrevendo um pouco o diário, observando aquele intenso transito de pessoas na orla uruguaia, lembrava muito Copacabana e Ipanema, corredores, ciclistas, pedestres, a maioria deles com uma garrafa térmica e uma cuia na mão, pessoas de todas as idades tomando “mate”, uma fortíssima tradição uruguaia que todos são adeptos.


Ja era 20:58, a claridade do sol ainda cortava o céu devido a posição geográfica da capital, escurecia soprando um vento frio, precisava comer e de um lugar para dormir,estava com muita fome e extremamente cansado, resolvo caminhar ate o centro que eram aproximadamente 4 quilometros, para fotografar a orla e seus monumentos.


Montevidéu ou Montevideu (em espanhol: Montevideo) é a capital e maior cidade do Uruguai. É também a sede administrativa do Mercosul, da ALADI e capital do departamento de Montevideo, o de menor extensão dos 19 existentes no país.


É a capital mais austral das Américas, situada nas coordenadas 34° 53′ S 56° 10′ W. Se localiza na zona sul do país, às margens do Rio da Prata.



Montevidel-Uruguail/terça-feira13 de fevereiro de 2007/21:15:00h

Caminhando pela bonita orla segui meu caminho, admirando suas luzes e avenidas, fotografo muitos monumentos no calçadão, havia uma festa do carnaval uruguaio, com uma bandinha tocando uma animada musica, uma carnaval bem diferente do carnaval brasileiro.


Fotografo o antigo prédio do mercosul de frente a orla, seguindo caminho em direção ao centro, necessitava comer e dormir, e, o unico dinheiro que tinha, eram meus blocos de papel e um marcador para desenho de tinta negra.


Vou me afastando da orla depois de tres quilometros de caminhada com todo o peso da minha mochila, entrando na cidade fico um pouco com medo, ja era bem tarde e estava tudo muito deserto.


Vi uma pequena pizzaria aberta, a um quilometro da orla que estava, entrei e pedi a um funcionario uma pizza em troca de uma caricatura, ele muito rapido reconheceu meu sotaque e pediu para me sentar.


O gentil garçom, que na verdade era filho do dono da pizzaria, me serviu uma torta salgada e uma deliciosa pizza e não que eu fizesse a caricatura.


Na mesa ao meu lado havia dois velhinhos comemorando 50 anos de casado, conversei bastante com eles, estavam muito felizes e cantavam muito, cantaram inclusive "Garota de Ipanema", me pediram para fazer uma caricatura deles, estreando minha primeira caricatura da viajem, onde ganhei 100 pesos uruguaios, cerca de 5 dolares.


Sai dali farto de comida e com dinheiro, notei o grando amor que os uruguaios tinham pelo Brasil, fizeram muita festa, cantaram e me deram uma atenção especial simplesmente por ser brasileiro, sai dali com a energia recarregada devido a comida e a festa dos uruguaios. Segui mais duas quadras acima ate uma bela praça que havia uma faculdade com uma grande escultura do “Davi “de Michaelangelo.Gostaria nesta noite dormir próximo ao porto para averiguar no dia seguinte o preço da passagem de barco a Buenos Aires.


Fiquei de frente a praça para pegar o ônibus ate o porto, enquanto esperava, um jovem uruguaio parece notar minhas mochilas e pergunta se precisava de hotel, respondo que gostaria de um quarto que custa-se 100 pesos, o simpático jovem me informa que, a poucos metros dali, havia um hotel em que ele trabalhava, e pediu para que eu o seguisse.


Acompanho ele um pouco desconfiado pela disposição do jovem em me ajudar, caminhamos poucos metros ate a Praça da Independencia,cruzando a famosa rua 18 de Julho.


Graças a esse garoto alugo um quarto na Rua Bartolomé Mitre por apenas 100 pesos, ficava localizado numa movimentada rua estreita com muitos bares,ao lado do Teatro Solles,um dos principais de Montevidel. Enfim tomo um banho e deito naquela confortável cama, depois desse dia que pareceu não ter fim, e o mais cansativo ate aqui.


Não havia luxo no quarto, um ventilador bem velho ao lado da cama com uma vista para a rua lotada de pessoas nesta noite, estava no terceiro andar e por uma hora observei a rua com todos bebendo e festejando, muito cansado e admirando a festa dos uruguaios imaginava o grande percurso que teria ate o Ushuaia, e nas surpresas do dia após o outro.


Deitado na cama sinto aquela sensação confortável,depois desses dias todos mal dormidos e de muito exercício, foi dormindo com muito conforto e sem interrupções que me despedi de mais um dia.
Montevidel-Uruguail/ terça-feira 15 de fevereiro de 2007/10:00:00h


Acordo as 10 da manhã muito bem descansado, organizo minha mochila sobre a cama ao lado e desço os três andares ate a recepção entregando a chave.
Caminho novamente fotografando o Teatro Solles, cruzando a praça da independência agora sob a luz do dia aproximando-se da Avenida 18 de Julho.
O palácio Salvo e a praça não escaparam de minhas lentes, partindo, caminhei até um conhecido jornal da capital Uruguaia deixando material para divulgação, seguindo viajem a bordo de um ônibus urbano até a rodoviária num percurso muito calmo e sem pressa.
Chegando na rodoviária peço informação a pessoas para me indicar um ônibus em direção a saída da cidade pela rota 1(Brigadre Gral.Manuel Oribe), para que possa pegar uma carona ate a cidade de Colônia del Puerto, pois é bem mais barato pegar o Buquebus de la, do que de Montevidel, contava em fazer algumas caricaturas para pagar a travessia.
Depois de algumas informações pego outro onibus urbano, saltando a um quilometro de uma ponte na saída da capital, havia alguns pescadores bem sucedidos com grandes peixes, possuía na minha mochila todo equipamento de pesca, desde linhas, azois, e iscas artificiais, senti muita vontade de pescar também, mas, a única coisa que pensava naquele momento era chegar o mais rápido possível no Ushuaia, mesmo assim conversei um pouco com os pescadores desejando boa sorte e seguindo meu destino, cruzando aquela bela ponte, chegando finalmente no inicio da rota 1.
Uma belíssima avenida de quatro pistas estendendo-se ate um pedágio.
Caminhando cerca de um quilometro paro num bar que beirava a estrada para pedir um pouco de água, na entrada do bar o dono perguntou se estava vendendo algo, disse que não, que somente queria um pouco de água.
Ele me convida para entrar e falo que faço caricaturas, havia alguns homens no bar no qual fotografei, Carlo, Cholo, Juan a o velhinho Martim que tive que convence-lo a sair na foto.Carlo que era dono desse bar chamado El Pichonero me pede para desenhar Cholo que tocava violão no bar nos finais de semana.
Desenhei e todos gostaram muito do desenho,e Carlo, em troca, me preparou dois sanduíches, um comi ali mesmo e o outro levei comigo na mochila junto com uma coca-cola de 600ml, alem de encher minha garrafa de água.
Novamente notei o quanto eles gostam do Brasil, sai dali muito feliz devido as risadas que demos naquele bar.
Novamente estou na beira da estrada, posicionando-me logo após o pedágio onde os caminhões passam em baixa velocidade, já são seis horas da tarde e caia uma chuva muito fraca e agradável, abrigo-me num ponto de ônibus e dali mesmo começo a pedir carona. Passam alguns caminhões e carros, vejo dois uruguaios que estavam pouco mais abaixo na estrada pegar uma carona com um caminhão, e uma hora depois chega minha vez.
Pego uma carona adiantando-me 70 quilometros a frente ate num outro pedágio, o nome desse caminhoneiro era Horacio, muito simpático e conversador. Chego nesse pedágio as sete horas da tarde e tento carona ate as 11 da noite sem algum sucesso.Resolvo armar meu saco de dormir para no dia seguinte continuar a aventura, estava aproximadamente a 100 metros a frente do pedágio no sentido Colônia del Puerto.
Armei acampamento abaixo de grandes arvores de eucalipto num belo gramado a beira da estrada, a temperatura estava agradável, sem frio nem calor, uma brisa muito suave me proporcionaria uma otima noite de sono.
Como o outro sanduíche que havia ganhado e finalmente pego no sono, sem imaginar a grande surpresa que me aconteceria nesta noite.
As 1 da manha sou acordado por dois jovens uruguaios andarilhos, Martim e Gary. Eles chegaram fazendo barulho e bêbados, com uma garrafa de vinho pela metade, estavam carregando artesanatos feitos com folha de palmeira e eram super divertidos e muitíssimo engraçados.
Conversamos e bebemos vinho durante uma hora, tirei algumas fotos nossas e logo em seguida partiram desaparecendo naquela estrada escura, finalmente dormindo.
Montevidel-Uruguail / sexta-feira,16 de fevereiro de 2007/05:30 hs

A 5:30 da manhã, ainda deitado naquela gramado, sou presenteado com um belo amanhecer de um céu vermelho, acordava admirando aquela paisagem fotografando o pedágio com suas luzes que fundia-se com aquela belíssima manha.


Sem pressa organizo minha mochila compactando tudo para mais um dia rumo ao extremo sul do continente.


As 8:00 da manha consigo minha primeira carona com um jovem uruguaio chamado Martim, adiantando-me mais 17 quilometros.


Desci do automóvel ficando na beira da estrada, espero uma carona durante duas horas e nada, resolvo caminhar 2 Km ate uma colônia Suíça onde havia pequenas fabricas de queijo e doces, havia muitas lojas desses produtos.


Paro em frente a uma fabrica de queijo para pedir carona, era uma bonita parte da estrada com grandes arvores nos dois lados do acostamento, pedi algo para comer a um funcionário da fabrica, e, uma hora depois, ele volta trazendo 1 Kg de um delicioso queijo.


Já estava nesse ponto a 1 hora sem carona, resolvi ir caminhando mais um quilometro ate o centro onde 1 hora depois para uma carro todo colorido, parecia um carro hippie, a bordo, um casal chamado Ernesto e Inês, havia uma criança no banco de trás, de aproximadamente 4 anos.


Ela arranhava um português devido a seu pai que era brasileiro e morava em Porto Alegre, tentei conversar com ela em português mas ela soltava apenas algumas palavras, estava com vergonha de mim. Conversamos um pouco, Inês vibrou muito com minha aventura desejando-me muita sorte. Eles me adiantam somente 7 quilometros, onde desci num cruzamento.


Durante toda a manha, caia uma chuva bem fraca e agradável, estava um pouco cansado devido aos dias anteriores onde fiquei muito tempo sem carona e tinha feito muito exercício físico, resolvi deitar um pouco num ponto de ônibus na beira da estrada para uma pequeno descanso, fiquei ali estirado durante um hora e finalmente volto as margens do acostamento, vinha vindo um pequeno caminhão baú, pedi carona e ele para.


Foi em todo o Uruguai, desde o Chui, a carona mais rápida, não havia ficado 5 minutos tentando, o jovem motorista me levou ate a entrada do porto de embarque para Buenos Aires, localizado na cidade de Colônia del Puerto.


Caminhei percorrendo um trecho da cidade entrando no no pátio do embarque do Buquebus, nome da empresa do ferry-boat que atravessa carros e passageiros ate a capital argentina.


Havia uma fila de carros esperando o navio, eu não tinha dinheiro para pagar a passagem, contava em vender algumas caricaturas e muita sorte.


Vou ate a o guichê de passagem e vejo o preço, 50 pesos argentino.


Estava um pouco com vergonha de oferecer uma caricatura durante algumas horas fiquei me concentrando em como ofereceria minhas caricaturas as pessoas que ali estavam na sala de embarque.


Nesse período também fotografei o movimentado porto, com muitos turistas de todas as partes, argentinos, uruguaios, ingleses, franceses e brasileiros, conversei com um grupo de jovens de Porto Alegre que estavam indo para Buenos Aires, um belo entardecer as margens do Rio del Plata coloria o céu de tons de laranja, avermelhando-se na medida que se passavam as horas, com o toque final de fantásticas nuvens.


Observava toda aquela paisagem sem perder a concentração nos desenhos que teria que fazer para pagar a passagem, e, nesse meio tempo, tive uma idéia.


Resolvi desenhar uma criança, deveria estar posicionado numa cadeira ao lado da sala de embarque, que, naquele momento estava lotada, muita fila e pessoas transitando para todos os lados.


Esperei alguém sair do lugar para me sentar, passa alguns minutos ate desocupar um acento e posiciono-me com o bloco de desenho sobre a perna para que as pessoas ao lado pudessem olhar e quem sabe se interessar, agora faltava uma criança encostar ao meu lado para oferecer ao pai dela uma caricatura grátis chamando a atenção de todos.


Esse era meu plano para cruzar o Rio del Plata, funcionou devido a um guri com uma cara de criança levada que se aproximou, eu estava sentado e quase da altura da criança, falei com ele se poderia fazer uma caricatura de seu rosto e falei para o pai que não iria cobrar, era somente para começar a fazer muitos, Sentado e bem cômodo desenhava o garoto, em 5 minutos uma mãe observa e me pergunta se poderia fazer de seus filhos.


Foi assim que Cheguei a Buenos Aires, desenhando 3 caricaturas de 10 pesos cada e ganhando 20 pesos de gorjeta do primeiro menino.


Tinha falado com o pai dele que não precisaria pagar, e não cobrei mesmo, o garoto se foi com o desenho na mão desaparecendo entre a multidão, depois retornava ele com 20 pesos na mão, creio que o pai dele, pelo estilo, devia ter muito dinheiro, vibrei de alegria com aquela surpresa.
Fui no guichê e garanti a passagem ficando muito tranqüilo.


Pouco mais tarde já entrava na fila de imigração, para ganhar o carimbo de saída do Uruguai e o de entrada na Argentina, nesse porto possuía cabines de controle destes paises.


A 07:50 da noite, ainda com a luz do entardecer no céu, embarco no Buquebus, surpreendendo-me com a elegância do navio.


Havia lanchonetes, restaurantes, bares e acentos confortáveis por todos os três andares que constituíam a embarcação, alem de um belo mirante a céu aberto em sua cobertura em que fiquei ate começar a viagem, sendo recepcionado com um belíssimo arco-iris, onde obtive bonitas fotos e muita alegria ao ouvir o alarme sinalizando a partida.
Montevidel-Uruguai / sexta-feira,16 de fevereiro de 2007/05:30 hs

Partiu o grande barco, afastando-se lentamente do porto, deixando a bela e romântica cidade de Sacramento e seu belo pais de pessoas amigáveis e receptivas.
Durante apenas dois dias no Uruguai tive o privilegio de viver uma interessante historia onde conheci inúmeras pessoas, nascendo ali um grande elo de amizade, convencendo-me de um dia bem próximo, retornar a esse pais recheado de cultura, beleza e arte.
Devido a localização geográfica o sol mergulhava bem devagar naquela longa tarde se pondo totalmente as 10:00 hs da noite, um fantástico por do sol de cores fortes e arco íris , unidos a todos os fatos desses dois últimos dias em solo uruguaio, fizeram o cenário ideal para a despedida do Uruguai, o barco se afasatava, o sol se afogava no Rio del plata, o continente cada vez ficava menor ao passo que entravamos no grande rio.
Quem vê, hoje em dia, a românica cidadezinha de Colônia del Sacramento, situada numa pequena península na costa urugaiana, não pode acreditar que, durante quase um século, houve guerras sangrentas por causa deste lugar.


O sol neste lugar ás vezes, faz a sua despedida e se põe atrás dos arranha-céus de Buenos Aires, que, de repente, aparecem no horizonte.
Neste dia não consegui ver os arranha-céus devido as nuvens, mas as nuvens, fizeram também um grande espetáculo. Observava aquele arco íris como um grande sinal de sorte, pois iria precisar muito dela nessa longa jornada.
Caminhava para todos os lados do navio, visitando todos os ambientes, eufórico, aproveitando cada segundo daquele passeio, passei muito tempo acima, apreciando o vento e a noite apesar do meu cansaço.
Quando descia do mirante devido ao frio, sentei-me um pouco num confortável sofá no segundo piso, e, de longe, no primeiro piso, vi um israelita com quem havia conversado durante o embarque. Ele estava simplesmente estirado no chão e dormindo.
Observei aquilo e fiz também, coloquei minha mochila de travesseiro e dormi pelo menos duas horas.
Quando acordei subi novamente para o mirante e tive uma surpresa, já observava as luzes de Buenos Aires no horizonte.
Buenos Aires-Argentina / sabado,17de fevereiro de 2007/00:09 hs

Cada vez mais se aproximava a capital argentina, o barco lentamente vai encostando no Puerto Madero, quase todos estavam acima também observando as luzes da cidade com seus belos arranha-ceu, aproveito para fotografar essa chegada obtendo belas fotos da capital a noite.
Finalmente desembarcamos, depois de 4 horas atravessando o Rio del Plata, era com num aeroproto, saímos por um grande corredor e esperamos as bagagens na esteira. Estava muito feliz de ter chegado a Buenos Aires, no dia seguinte precisava chegar ao inicio da Ruta 3, começando a grande jornada até a ultima cidade do continente latino americano, o Ushuaia, percorrendo 3132 quilometros de pura carona.
Bem rápido peguei minha mochila na esteira eletrônica me retirando do porto naquela aglomeração de pessoas nos corredores em direção a saida. Já estando fora do porto, no ponto de táxi do terminal de embarque, pedi informação aos taxistas de como chegava no inicio da ruta 3 no dia seguinte, pois já eram 01:00 hs da manhã.
Depois de pegar informação, descanso um pouco, sento numa cadeira de uma lanchonete , dentro da estação em um dos restaurantes, assisti um pouco de TV para passar o tempo e pensei em dormir ali mesmo,mas as 02:00hs da manha começava a fechar o terminal de embarque, deveria procurar outro lugar para passar a noite.
Saindo dali, sentei um pouco no estacionamento do terminal para um rápido descanso e fui surpreendido por um jovem argentino, conversamos um pouco e momentos depois ele dizia que seria muito difícil chegar ao Ushuaia de carona com caminhões, falando tambem que, iria encontrar uma dificuldade muito grande por eu ser brasileiro.
É claro que essa informação havia me assustado um pouco, mas, ainda bem que, esse jovem argentino, estava completamente enganado.
Enfim saio da estação e caminho um quilometro ate o terminal rodoviário do bairro Retiro. Caminhava numa importante zona portuária bem perto da rodoviária, observando uma grande fila de caminhões parados, me animando muito, pois, pelo visto, estava no ponto ideal para pedir carona. Pensei em dormir por ali mesmo,mas, era um pouco sombrio, so havia uma fila enorme de caminhões e todo aquele magnetismo de um porto, devido ao horário seria perigoso dormir por ali, resolvo continuar ate a rodoviária.
Atravessando aquela grande avenida finalmente chego na lotada rodoviária, não estava com fome e ainda tinha quase um quilo de queijo que havia ganhado no Uruguai, minha maior preocupação não era o que comer nem onde dormir, era chegar no dia seguinte na ruta 3.
Buenos Aires-Argentina / sabado,17de fevereiro de 2007/01:15 hs

Exausto entro na rodoviária observando seu grande movimento de ônibus e passageiros, que, apesar do horário, estava muito cheia.
Averigüei preços de passagens ate Bahia Blanca, uma cidade a 650 quilometros da capital.
Pensava em, no dia seguinte, fazer caricaturas para conseguir os 80 pesos da passagem, eu achava que seria muito difícil ir de carona.
Alem de muito cansado e sem dinheiro, havia mais essa preocupação de trabalhar no outro dia.
Na rodoviária de Retiro há muitas escadas, ao lados dessas escadas que dividem a rodoviária formam um pequeno corredor entre o vidro que divide a plataforma de embarque e a parede da escada.
Este pequeno vão foi minha confortável cama naquela noite, não tirei saco de dormir ou colchão da mochila, apenas a usei para servir-me de travesseiro. Escondi bem minha câmera pendurada no pescoço, tiro minhas botas que não tirava do pe desde as 05:30 da manha do dia anterior, amarrei minhas mochilas e a botas em meu corpo, dormindo tranquilamente. Naturalmente, naquela ocasião, nem tão tranqüilo assim.
Buenos Aires-Argentina / sabado,17de fevereiro de 2007/07:30 hs

As 7:30hs da manha, um vigilante da rodoviária me acorda chutando meu pé e gesticulando com a mão para me levantar, levantei imediatamente sem discutir, foi uma cena engraçada, me senti como um personagem de filme em que se embebeda a noite acordando no dia seguinte largado numa calçada, sendo expulso pelo segurança ou gari.
Me levantei um pouco amassado devido a noite muito mal dormida e nem um pouco confortável, fiquei andando um pouco pela rodoviária pensando em como desenhar, não tinha experiência em oferecer as caricaturas, mas, de qualquer jeito teria que fazer e fiz.
Passava em frente aos restaurantes, com intenso movimento de clientes naquela manha, observei uma família com três crianças a mesa e me aproximei saudando-os com um “buenos dias”, em seguida me apresentava dizendo meu nome, e falava depois o preço, mostrando a eles uma caricatura que estava pronta no bloco de folhas. Cobrei 10 pesos cada uma, e a do filho caçula fiz por 1 peso. " ... Finalmente faço minhas primeiras caricaturas da viajem ganhando 31 pesos. Aproveito a fortuna para caminhar um pouco pelo centro da capital conhecendo a bela estação de trem de retiro(pesquisar estação), o consulado do Brasil, teatros e o Obelisco,obtendo belas fotos, finalizando o passeio em tendas de comidas e doces espalhadas próximos as rodoviaria. Eram doces bem coloridos e saborosos, e almocei um delicioso sanduba de bife empanado tradicional nesse pais. Já eram 2 da tarde e naquele instante desisto de fazer mais algumas caricaturas e começo a buscar informação com os taxistas de como chegar ao inicio da rota 3, onde seria o ponto de partida rumo ao Ushuaia.Continua...




Segundo imformaçoes Deveria sair de retiro de metro com destino a Constituicion, e fui.

A viajem de metro foi rápida, apesar do intenso transito de pessoas, ao chegar caminhei cerca de 200 metros ate a parada de ônibus onde esperei o ônibus n 96 ,que chegou bem rápido, me levando então ao esperado inicio de uma das principais rotas da argentina , a grande espinha dorsal que corta todo o litoral argentino rumo ao extremo sul . desci do ônibus e obtive uma imformaçao que havia outro ônibus que me adiantaria preciosos 50 km. Também não demorou muito e o tomei. Observada a bordo do ônibus a cidade ficando para trás, os arranhas céu cada vez menores e a natureza aparecia novamente. Estava muito cansado, mesmo assim não me preocupava com o imenso trageto. Alguns minutos depois Observei pela janela do ônibus um grande posto da petrobras , havia ali um belo gramado que ao descer me causou um pouco de sono. Resolvi descansar pelo menos duas horas antes de tentar uma carona. Meu corpo estava exausto devido ao esforço extremo dos dias anteriores regados de exercícios e noites mal dormidas . Foi uma pausa muito agradável, havia grandes arvores ao meu redor, a estrada a minha frente,parecia esta me esperando,me imaginava ali depois de alguns instantes pedindo carona, já estando no gramado retirei o saco de dormir da mochila e meus gorros ,deitando naquela tarde fria. Dormi durante duas horas acordando descansado, rapidamente organizo minha mochila e em alguns minutos estou na estrada. Havia um bom movimento de carros e caminhões rumo ao sul, precisaria de muita sorte, pois já eram 5 da tarde. Fiquei ali 30 minutos ate a sorte aparecer em grande estilo. Peço carona a um pequeno Moto-Home e para minha surpresa ele encosta a frente na estrada, começando ali uma divertida viajem.e Entro a bordo conhecendo mauricio e pablo.

Eles estavam iniciando naquela tarde uma viajem pela Patagônia. Mauricio e Pablo eram muito divertidos e gostavam muito do Brasil. Conversamos muito durante essa viajem, tb apreciava as grandes retas dessa estrada encravada na planice que parece não ter fim. Rapidamente chega a noite e as 9 hs paramos num Posto YPF para dormir, parecia ser uma região de fazendas, o veiculo estava estacionado no pátio do posto e a nossa frente estava uma cerca de fazenda. Saímos do veiculo e fomos a loja de conveniência do posto. Pablo comprou um interessante chimarrão descartável, a água quente retiramos de uma maquina que fica a disposição dos clientes. Maurico era o motorista e deveria esta muito cansado, ele foi dormir cedo. Eu e pablo fizemos uma caminhada a beira da estrada, paramos nas margens de uma fazenda onde havia banquinhos e mesas de madeira bruta e churrasqueiras.

Fiquei ali, curtindo minha primeira noite nos pampas. O céu estava lindo, havia muitos coelhos e nosso lazer foi interronpido por tiros de espingarda.Eram os fazendeiros atirando nas lebres, ficamos com medo de ser confundido com os coelhos e saímos as pressas retornando ao posto, fiquei com uma pouco de medo dos disparos. No banheiro do posto havia uma funcionaria limpando o interior do toilet. Ela começa a conversar comigo e noto seu interesse, ela vibrou por eu ser brasileiro, e não resisti a sua beleza e simpatia, ganhei ali meu primeiro beijo da viajem. Infelizmente não me recordo do nome dela pois foi um encontro muito rápido.

Enfin fomos dormir, já eram 2 da manha. Me acomodo num colchão no corredor do veiculo dormindo não muito bem naquela noite. Levantamos as 9 da manha, Mauricio preparou um delicioso café da manha, logo em seguida continuamos a percorrer a rota 3 rumo ao sul.

Fiquei impressionado com as grandes retas da estrada e sua planice que não tinha fim no horizonte. Cruzamos centenas de fazendas de batatas soja e gado, avistava inúmeros fazendeiros vestidos com trajes dos lendários gaúchos da patagônia . Escutávamos a bordo Djavan e Chico buarque fazendo um dueto com Mercedes Sosa, Mauricio e Pablo eram fãs da bossa nova. As 13:30 chegavamos em Bahia Blanka. Mauricio avisa ao pai pelo celular que estaria esperando num local as margens da estrada. Estacionamos e 10 minutos depois chega seu pai acompanhado de sua esposa bordo de um belo automovel. Na beira do asfalto nos comprimentamos e fomos nos para um posto de combustivelonde conversamos e tiramos fotos, conversei um pouco com sua esposa e depois seu pai mefalou que atravessou o atlântico num veleiro na década de 50 da bélgica a Buenos Aires,ele havia se casado a dois anos com sua esposa que a conheceu na internet, elaera portadora de deficiência e não saiu o carro. A cerca de uma hora depois nos despedimos com muitos abraços. Partimos percorrendo 3 km ate uma área gramada com enormes arvores, o céu estava azul e o vento fresco, havia algumas famílias fazendo pequenique.

Mauricio descarregou uma mesa portátil com cadeiras e aqueceu alguns canellones decarne no forno.Conversamos e comemos naqueles estantes de muita paz, me recordava o verão europeu onde fazia pequenique com miha família.

Instante depois levantamos acampamento e percorremos mais 5km onde nos despedimos. Agradeci a eles pela carona e mais uma vez uma despedida enesquecivel. Pablo e Mauricio foram uma das pessoas mais especiais dessa historia.

Desembarquei as mochilas dando o ultimo adeus observando o motohome se afastar no asfalto sem fim. Fiqueinessa ora num centro de controle de zoonoses do governo argentino, um ótimo lugar para pegar carona devido ao controle de automóveis onde os carros passam lentamente pelo posto da fiscalização . Me sento com amochila na beira do calcamento , sentia naquele momento uma senscao de tranqüilidade e conformo,osuor essfriava o rosto refrescando, o cansaço dos dias anteriores tb contribuíam com o bem estar. Estava muito longe doUshuaia, havia no meu bolso 10 pesos e algumas moedas, mesmo assim estava num dos momentos mais felizes da minha vida. Não me preocupava com nada naquele momento, estava longe e sozinho na beira da estrada de um pais que mal conhecia, imaginava somente minha chegada no Ushuaia,toda vez que me imaginva nessa cena me emocionava. Estava tão cansado e de bem que não e preocupei em pegar carona. Mas parece que quando nao queremos algo aparece e rápido. Não demorou 20 minutos e

e sentado apenos ergo o bracosinalizando com o dedo uma carona parandoo caminhão.

Rapidamente sem muito entusiasmo vou em direcao torcendo para que ele somente iria para perto.Se chamava Jonas esse jovem caminhoneiro que me adiantou centenas de quilômetros ate a cidade de Puerto Madry, uma considerável distncia. Chegava em Purto Madry as 00 hs depois de uma belíssima tarde a bordo da cabine admirando a paisgem que para mimera inédita. As cores alaranjadas da planice com sua vegetação composta por pequens arvores e arbustos enfeitaram a tarde. Avistava pela primeira vez altares do lendariogauchito gil, Durante a noite conversamos e tomamos cha. Havia tb muitas lebres na estrada onde os faróis as paralizavam. Desci do caminhão me despedindo e agradecendo pela carona. Jonas me deixa de frente de um Posto Ypf no acostamento da estrada. Estava escuro, observava as luzes de P. Madry aleste. Caminhei ate o posto indo direto ao estacionamento para que eu pudesse armar minha rede e descancar, pois o cansaço me atingia sem piedade. Armei a rede entre um caminhão estacionado e uma arvore, me deitando e rapidamente acordando devido a uma chuva bem fraca com ventos fortíssimos onde os grandes tonéis de combustíveis usados para sinalizar o pátio foram arrastados, fiquei impressionado e curioso com a ferocidade do tempo. Desde que sai de Vitória pensava em testar meu equipamento de frio e naquele momento seria o mais indicado. Vesti meu casaco e gorro caminhando em direção ao vento, os tonéis de combustível caiam pelo chão, a forca do vento era tanta que deslocava meu corpo. Foi um bom teste para comprovar a eficácia dos equipamentos que carregava,e pela primeira vez confiei nos casacos e gorros que levara. Não senti uma gota de frio. Retorno ao posto entrando na loja de conveniencia pedindo um café. Assisto um pouco de TV e as 05:30hs novamente oclima fica hostil,o vento e parecia ficar mais forte.



Puerto Madry dia 19/02/2007 – Argentina- 5:30 hs



O dia se mostrava na extensa planície patagônica, despertava-me a cada minuto a curiosidade de sentir o vento pela manha na beira da estrada.

Imediatamente caminhei ate o asfalto observando a imensa planície dos pampas fundindo-se com os primeiros raios do sol, era uma linda e inédita paisagem para meus olhos. Estava com muita fome e cansado por varias noites sem dormir, mesmo assim a novidade de cada dia parecia ocultar tudo que era ruim energizando meu corpo para mais um dia de aventura.



Estava a quase 1600km da cidade do ushuaia, o promeiro objetivo da vigem a concluir.

Nessa manha imaginei uma garrafa de chanpanhagne na minha mochila que se, certamente tivesse, abriria no ushuaia comemorando minha chegada na cidade mais austral do mundo.’

Tudo estava perfeito nessa manha, ate o vento frio e forte, tudo era novo ao meus olhos e a sorte nas caronas não me abandonava. Passou alguns carros nessa manha e rapidamente um caminhoneiro para, me levando algumas centenas de km ate um posto de gasonila que havia um restaurante, casas e alguns comércios. Já eram 13:00 da tarde, não me recordo muito desse trecho e nem o nome do motorista devido ao meu cansaço, lembro-me que tomei um banho e almocei, estando rapidamente na estrada onde novamente não demorei 30 minutaos para pegar outra carona. A grande maquina se encosta e a porta sobre minha cabeça se abre, subo abrodo repetindo o ritual que desda barra mansa no Rio De janeiro vinha repetindo. Embarquei nessa longa viajem de surpresas, a cada km algo novo. Lito era uma jovem caminhoneiro, aparentava ter 22 a 25 anos era muito calmo e simpático, conversamos muito, paramos diversas vezes para forografar, avistamos inúmeros monumentos do Gauchito Gil, paramos numa encosta a beira do altlantico onde fomos a beira do mar, a areia era de cascalho e a água um azul quase negro, pegava as conchas na Mao como se tentasse sentir aquela praia tão diferente das que já tinha visto. Fizemos inúmeros mates ao longo da estrada e as paisagens pareciam ficar ainda mais belas.

Havia um trecho formado por montanhas, como vales desérticos emoldurando o mar azul, cata-ventos gigantes que geravam energia heólica decoravam a paisagem de cores e contrastes variados inéditos a minha visão. Paramos na encosta de uma montanha onde fotografamos. Era tudo indescritivelmente belo, entardecia naquele momento gerando um espetáculo de cores no céu,na montanhas e no mar. Seguimos a viajem tomando mate e conversano, noite chegava e num daqueles instantes eu me pego cochilando, dormindo sentado de tão exausto, o meu corpo esgotado parecia se desligar automaticamente, pedi a lito para dormir atrás do caminhão, na cama que quase todos os caminhões de cargas possui. Parecia que o sono ficava mais confortável, uma senssacao de extremo conforto percorria meu corpo devido a exaustao física tornando o sono mágico. Dormir apenas algumas horas acordando a noite. Bem mais disposto conversei muito com lito, tomamos mate, avistamos muitas lebres que a noite cruzavam a estrada a todo instante. Era um visual um pouco bizarro ver somente o que os faróis iluminavam naquele deserto tão inospito, não havia mais paisagem. Naquele momento sombrio lito me narra uma historia de um amigo,que havia avistado uma imensa luz no céu, num posto de casolina perto de onde estávamos, dizia ele que a luz iluminou toda a planície ofuscando a visão de todos. Quando ele terminou de contar fiquei na expectativa de avistar algo desse tipo. Quando era criança avistei, eu e minha mãe uma luz colorida que se movia rapidamente no céu, na praia de setiba no ES, próximo a guarapari. A luz se movia em todas as direções e chegando a iluminar a água,e o mais impressionante foi que acordamos na manha seguinte sem lembrar de como andamos da varanda para a cama, ate hoje nos arrepiamos quando comentamos isso. Mesmo assim queria ver algo parecido outra vez, estava ali um bom local parra isso ocorrer novamente, o relato de Lito me despertou curiosidade me fazendo acreditar que podiar ver algo no ceu naquela noite. Infelizmente não avistamos nada naquela noite, porem, algo de horripilante no ceu viria a presenciar ainda na minha passagem pela argentina. Chegamos ao vilarejo de Comandante Luiz Piedra Buena as 2:00hs da manhã.



Comandante Luiz Piedra Buena – Argentina – 20/02/2007 – 2:00hs



Desembarcamos num silencioso e escuro vilarejo naquele cruzamento na estrada, havia algumas pousadas ao redor do posto onde estacionamos e uma loja de conveniencia que estava aberta onde provavelmente jantaríamos. Caminhamos ate a loja e entramos. Havia um silencio enorme no interior da bonita e moderna lojinha. Entramos em silencio e logo notamos um funcionário dormindo. Sem ele acordar avistamos o outro, Tb dormindo. Cochilando numa cadeira estava um homem de barba longa e cabelos compridos lisos,estava de oculos e calca jeans, camiseta básica branca um pouco encardida e velha, uma mochila jeans pequena no chao ao seu lado esquerdo e ao direito um violão. Delicadamente acordei um dos funcionários que se despertaram rapidamente acordando seu amigo e começaram a nos atender. O cara que cochilava na cadeira Tb acordava. Comecamos todos a conversar e se apresentar, Lito pega pizza e tortas congeladas para microndas colocando no forno da loja, comemos Tb alguns salgados como empanadas e bolinhos de carne, alem de algumas cervejas. Um dos funcionários me pergunta de onde venho e respondo que sou do Brasil, o cara ao lado da um pulo pegando o violão. O Nome dele era Gaburu, um americano que estava já a 3 anos na America do Sul e havia estado 2 anos no Brasil, expecificamente na região amazônica. Ele se empolgou muito tocando varias musicas brasileiras que nunca havia escutado, as letras das canções que tocou pareciam ser de comunidades hippies da Amazônia, narravam os costumes dos caboclos e a floresta, a lojinha que estava tão silenciosa parecia naquele momento uma grande festa. Conversamos bastante e comemos ao som de Gaburu, que disse que seu próximo destino seria a cidade de Neuquem ao norte da Argentina. Somente as 4 da manha que fomos dormir. Armei a a minha rede abaixo do caminhão e Lito entrou na cabine. Acordamos as 9:00hs da manha, tomamos um rápido café e nos despedimos,ganhei de Lito um parde meias pois havia esquecido de trazer, eu tinha na mochila apenas 5 pares,um erro grave dentre os equipamentos em que levaria nessa grande viajem. Fui para a beira da estrada tentar uma carona, pois já estava bem próximo a terra do fogo. Havia um monumento de boas vindas na entrada da cidade de Comandante Luiz Piedra Buena que diziam que era o OASIS DA PATAGONIA. Naquela manha a carona não demorou muito e um pequeno caminhão me leva a Rio Gallegos. Nessa parte da estarda avistamos inúmeros lagos, havia um GPS no painel que marcava 69*29”45.42”0. Quando nos aproximávamos de Rio Gallegos notava os postes de energia inclinados devido a forca dos ventos, Marcelo me dizia que estávamos entrando na cidade dos Ventos. E era mesmo, quando desci do caminhão o vento frio e seco me impedia de caminhar. Caminhei pela cidade dos ventos e cheguei a entrar numa empresa de transporte de cargas para pegar uma carona ate a Terra do Fogo, porem eles não faziam essa rota e me indicaram o nome de uma empresa que faria. Sai dali continuando meu caminho. Parei para fotografar monumentos da Guerra das Malvinas que estavam a frente de um belo quartel localizado na rota 3, exatamente onde deveria estar e parar para conseguir uma carona que provavelmente me levaria a Grande Ilha. Caminhei mais alguns metros e notei um quebra-molas na estrada ficando ali. Passavam alguns carros e novamente, sem demorar 10 minutos consigo uma carona.



Rio Gallegos – Argentina – 20/02/2007 – 14:30hs





Nesse momento nem mais lembrava da sorte, parecia normal conseguir caronas rapidamente nesse pais, as pessoas acolherodas e muito amigas,viria a descobrir o pq dessa cultura acolhedora mais a frente nessa jornada pela America do Sul. Dessa vez uma carro bem antigo, parecendo um corcel para ao meu sinal de carona. Embarco no carro de Juan, um argentino que viajava desde Esquel, ele era dono de mercados em sua cidade e na cidade de Rio Grande na Terra do Fogo. Finalmente me aproximava do Estreito de Magalhães em alta velocidade, pois de antigo nesse carro somente era a carenagem, era equipado com um novíssimo motor de Audi. Chegamos a primeira fronteira chilena onde tivemos que sair para apresentar passaportes e documentos do veiculo, Juan se queixava que os chilenos dão preferência a eles próprios e fazem questão de deixar os argentinos esperando muito tempo na aduana. E percebia que isso era verdade mesmo. Para cmpletar o mal atendimento ela pede para Juan ir ate o carro e abrir o porta malas, Juan bem estressado abre. Quando embarcamos o policial me fala de onde venho e digo que sou brasileiro, ele aponta para Juan e diz que o Brasil e o maior pais do mundo, percebo que ruan ficou furioso, era um daqueles argentinos sistemáticos com o Brasil. Quando o carro parte Juan se queixa que alem de ser mal tratado o policial diz que o Brasil e o melhor pais. Fiquei bem srio naquela hora pois morria de rir por dentro. Em aproximadamente duas horas chegamos No estreito que leva o Nome do navegador Fernao de Magalhaes, o homem que provou que a terra era redonda poucos anos depois de sua morte. Descobrindo esse canal que ligava o oceano pacifico ao atlântico.

Juan parecia estar um pouco estressado, pois já viajava a dias e falava muito.

Avistei o canal de longe, ainda com o carro em movimento, admirava a cor do mar que parecia cinza naquela hora. Estacionamos o automóvel para esperar o grande ferry Boat que se encontrava do outro lado do canal. Fui ate as margens do Estreito para tocar a água e admirar a beleza assustadoramente selvagem. Os ventos eram fortíssimos e o frio fenomenal, a velocidade da correnteza me assustava, sentia medo quando me imaginei num caiaque no meio do feroz estreito. Peguei alguns cascalhos na praia, havia um farol ao lado da rampa de embarque, as margens do oceano, era grande e de cor vermelha, tirei algumas fotos desse local. Conheci Tb uma família de argentinos que iriam a terra do fogo, conversei um pouco com a filha desse casal de senhores e tiramos fotos juntos.

Rapidamente a enorme balsa se aproximava da rampa ancorando com dificuldades devido a enorme forca da maré. Lentemente todos os carros que estavam ali embarcaram e finalmente partimos em direção a Ilha. Atravessei o estreito na parte mais alta da embarcação admirando aquela paisagem selvagem e cheia de cores nessa época do ano. O inverno nessa região e bem rigoroso chegando a congelar o mar. Foi uma alegria enorme ancorar no lendário estreito de Magalhães e finalmente percorrer a Terra do Fogo.



Estreito de Magalhaes – Chile – 20/02/2007-20:32hs



Com o ferry ancorado embarcamos no veículos dando inicio aos 120km de ripio pela parte Chilena da Ilha. Juan dirigia em alta velocidade derrapando nas curvas como num rali selvagem. A paisagem era surrealmente bela, avistamos inúmeros animais como raposas, guanacos, ovelhas e aves de rapina. Para mim foi um privilegio cruzar a primeira parte da ilha naquele belo anoitecer de inúmeras cores, passamos por um motim de caminhoneiros que estavam estacionados prestando socorro a um imenso caminhão carguero que caira do elevado acostamento devido as fortes rajadas de vento. Descemos e ficamos 5 minutos conversando com eles.

O frio e o vento não permitia ficar mais que 5 minutos ao ar livre. Todos os veículos eram equipados com aquecedores, pois seria muito desconfortável, e , a meu ver, humanamente impossível atravessar a Ilha de carro sem um bom aquecedor a bordo.

Tb nesse trecho fotografo um mágico por do sol do retrovisor do carro de Juan,exatamente as 21:46 da noite, que considero uma das minhas fotos mais lindas. Cruzamos outra fronteira de volta a argentina, pois nessa parte, Chile e Argentina parecem que fizeram uma confusão para repartir a ilha que pertence aos dois países, um entra e sai que deixam os viajantes um pouco nervosos.

Agora percorríamos a parte da argentina que estava asfaltada . As 12:00hs chegamos a Rio Grande, uma charmosa e melancólica cidade do extremo sul do continente. Eu e Juan fomos a uma coveniencia cruzando as desertas e frias ruas da cidade. Logo depois paramos para fazer uma caricatura, ele tirou do porta luvas um álbum com fotos de seus filhos e sua esposa para que eu desenha-se. Fiz os trabalhos em cerca de 50 minutos ao seu lado no banco carona, depois disso finalmente nos despedimos. Andei um pouco pela cidade com minha mochila pesada nas costas com a esperança de fazer algum desenho, as ruas estavam desertas e o frio se intencificava. Havia pessoas somente em alguns bares e na coveniencia de um YPF. Estava muito cansado e fui em busca de um lugar para dormir. Andei em direção a costa pois não tinha dinheiro para dormir numa pousada. Observei casas belas e grandes de frente para o lendário canal, foi na calcada de uma dessas casas que finalmente armei meu saco de dormir sem saber que enfrentaria a morte em poucos instantes.





Rio Grande – terra do Fogo- Argentina-21/02-03:00HS





Havia levado três mantas de sobrevivência na mochila, sendo que todas estavam coladas quando abri para usalas. E uma espécie de papel alumínio, o mesmo usado pelo corpo de bombeiros nos casos de resgate de pessoas com hipotermia. Um isolande que reverte o calor para o corpo aquecendo nas condições mais hostis. Perdi as três mantas, todas rasgaram quando tentei abrir e fui dormir com os equipamentos que tinha. Vesti meus três casacos e um gorro, entrei no saco de dormir para regiões tropicais e finalmente dormi.

Já eram 05:00hs quando abro meus olhos e noto minhas Mao tremerem muito, passou alguns segundos e notei que todo o meu corpo tremia muito, acordei em estado de hipotermia pela primeira vez na minha vida, pelo estado que estava, se estivesse ficado mais 10 minutos ali poderia ser fatal. Rapidamente me levanto, colocando o cobertor como uma capa atravessei a rua para o calçadão da orla, segui caminhando pelas pedras e me sentei sobre um tronco. Vi o dia nascer nessa praia admirando a beleza selvagem do Estreito de Magalhaes. Essa praia havia ondas serenas e calmas e fiquei impressionado com a imunidade ao frio de uma raça de patos que brincavam entre as ondas. Fiquei ali horas namorando o estreito, admirando as estrelas e a noite silenciosa, o barulho do mar relaxava, estava muito feliz de estar ali, sozinho e sem preocupação alguma.

Quando o dia nasceu comecei a caminhar devido ao frio, meu nariz parecia congelar. Deveria estar novamente na ruta 3 para pegar uma possível carona, caminhei 3 km na direção contraria para achar a rota ate passar um ônibus que me leva sem cobrar nada.



Notava que todos que estavam dentro do ônibus sorriram para mim como se dissessem “boa sorte”. O gentil motorista me deixa num ponto de ônibus as margens da rota 3, estava praticamente no meio da cidade, muitos carros passam pela manha, pessoas indo ao trabalho como em qualquer cidade desenvolvida. Precisaria de mais algumas caronas para chegar no Ushuaia. Fico mais de 90 minutos pedindo carona, nesse tempo passa por mim uma bela ciclista loira e muito bonita, acenei para ela, provavelmente uma aventureia devido aos equipamentos em seu veiculo, ela sorriu pra mim.Logo depois para um carro com um divertido argentino. Ele abre a porta e digo que vou ao Ushuaia. Esse senhor chamado Mauricio me adianta cerca de 200km me deixando num posto já bem próximo do meu primeiro destino.



Notei que nesse pequeno trecho em que percorremos a natureza se modificou. No inicio da Terra do fogo a vegetação era bem rasteira e seca, a medida que saiamos de Rio Grande começaram a aparecer arvores, lagos e montanhas, tive uma leve impressão que estava penetrando em alguma terra encantada ou mágica. Essa região abriga uma beleza natural própria e diferente de tudo que já vi. Eu estava La, de frente aquele posto, na beira da estrada pedia carona para os poucos veículos que passavam, pareceu que nesse momento todo se calou, minha admiração pela aquela beleza natural parcecia ter me deixado surdo e estático, a cordilheira dos Andes que nesse ponto corta o continente a Leste estava logo atrás de mim. Teria que subir 80km pelos Andes para chegar ao outro lado pelo belíssimo asfalto dessa região. Eu ficava drenado de felicidade por estar tão próximo do Ushuaia.



Nesse momento de alegria aparece da linha horizontal do alsfalto, como se subisse uma ladeira e aparecendo por partes, um grande caminhão Volvo de cor branca. Estiquei o braço pedindo carona e notei uma redução nas marchas. O caminhão para e me leva rumo ao Ushuaia. O gentil caminhoneiro chamado Mario era um ex guia de turismo do Ushuaia, ele fez questão de parar em variados lugares para que eu pudesse fotografar aquelas paisagens cinematográficas compostas de vegetação de variadas cores, inúmeros lagos e montanhas com gelo em seus cumes. Percorremos os 80km de subida pela cordilheira dos Andes admirando aquele espetáculo da natureza, vi os primeiros grupos de turistas e Tb tive a sorte de ver os condores, uma das maiores aves do mundo que fazem seus ninhos no topo das montanhas e nas encostas mais altas da cordilheira.

Durante a decida da cordilheira avistei uma das paisagens mais belas de toda essa aventura. Avistava uma planície enorme composta por uma vegetação de tonalidades vermelhas, e montanhas. Parecia uma pintura de cores bem vivas.

Durante a decida paramos novamente para fotografar uma cadeia de montanhas que cortava o horizonte, estávamos já a poucos km do Ushuaia.



Era difícil de acreditar que a 12 dias antes estava em Barra Mansa no Rio de Janeiro, na BR 116 tentando pegar a minha primeira carona. Parecia já ter viajado durante um ano, 12 dias do Rio ao Ushuaia de carona era como se fosse um recorde. Finalmente chegava ao fim do mundo, como seria agora cruzar todo o continente de carona ate Manaus, a capital do estado do Amazonas que se localizava a milhares de km dali. Sera que teria a mesma sorte?





Ushuaia – Argentina – 21/02 – 17:00hs





Quando desci do caminhão senti uma emoção muito grande de ter chegado a cidade mais austral do planeta, me despedi de Mario e segui rumo a cidade. Fui descansar num píer de frente ao canal de Beaglee. Fiquei ali horas admirando a bela Bahia com seus navios e pequenas embarcações, as montanhas ao fundo deixavam aquela paisagem ainda mais romântica. Estava exausto e sem um único dinheiro, precisava de fazer alguns desenhos para poder sobreviver do fim do mundo. Caminhei por toda a cidade em busca de fazer alguns trabalhos mas não consegui, as 19:00hs me hospedo numa pousada e disse ao encarregado da hospedaria que iria sacar o dinheiro. Na verdade iria tentar fazer algumas caricaturas para pagar a pousada e comer alguma coisa. Guardei a mochila em meu quarto seguindo depois a charmosa cidade para tentar ganhar dinheiro pois deveria pagar 35 pesos pela diária da pousada. Já era bem tarde, a noite chegou bem devagar, pois no fim do mundo nessa época do ano, 00:00hs ainda há luz do dia. Não estava tão frio nessa noite, andei pela cidade em busca de dinheiro mas não consegui, retornei a pousada as 02:00hs, tomei um ótimo banho e deitei numa cama. Parecia a maior senssacao de conforto que havia passado, depois de 12 dias viajando de carona e quase não dormindo finalmente tenho a chance de descansar muito. Acordo bem cedo pois deveria sair da pousada sem ninguém me ver devido a pendência do primeiro aluguel, meu plano era passar o dia para conseguir 70 pesos para pagar duas diárias e procurar uma hospedagem mais com preço melhor.



Ushuaia – Argentina – 22/02 – 08:00hs



Apesar das obrigações estava super feliz de ter dormido a noite toda e comemorava minha primeira manha no Ushuaia. A cidade e linda e romântica, ruas limpas, um comercio super elegante que se encontra desde chocolates, aparelhos eletrônicos e equipamentos de Trekking, charmosos hotéis enfeitam a rua San Martin sendo a principal avenida do Ushuaia. Percorri quase todo o comercio em busca de fazer uma caricatura, mas somente as 5 da tarde que desenhei uma criança que estava com a sua mãe ganhando 10 pesos. Depois fui ate o cais onde mais uma vez admirava o belo canal de Beaglee, uma passagem que liga o oceano atlântico ao pacifico, rota secular de navios mercantes, cruzeiros e exploradores.

Havia um posto YPF quase de frente a Bahia, entrei para comer algo e tive a sorte de fazer duas caricaturas ganhando 40 pesos estando próximo de completar os 75 da pousada. Quase ao lado do posto havia uma placa de transito marcando os pontos extremos do pais, estava escrito: “La Quiaca x Ushuaia”.

Algumas horas depois consigo o restante do dinheiro fazendo mais 2 desenhos retornando a pousada despreocupado. Quando retornei havia um grupo de italianos e isrraelitas na sala de jantar da pousada onde conversei um pouco antes de dormi. Estava apaixonado por essa bela cidade, extremamente moderna, não esperava tanto. Seria capaz de morar aqui por um tempo, poderia pintar painéis dos índios do Ushuaia e vender aos turistas que visitam a cidade aos milhares por ano. Mulheres bonitas e boa comida me inspiravam nesse desejo de habitar o lugar por uma temporada.

Durmo mais uma noite na confortável cama da pousada, acordei saboreando um delicioso café da manha e sai com minhas mochilas para mais um dia de trabalho terminando assim minha estadia de conforto.

Naquele dia fiz 4 caricaturas conseguindo dinheiro para almoçar e jantar. A tarde novamente vou ao cais admirar o Canal de Beaglee. A noite não me arriscaria em dormir novamente na pousada pois estava longe de minhas condições financeiras. Não fazia frio, o clima estava bem agradável, resolvi então armar minha rede numa arvore passando a noite na rua dormindo muito bem.



Acordo pela manha e novamente vou ao canal, a beleza da Bahia de beaglee parecia me atrair, fico algumas horas ali ate se aproximar um jovem argentino chamado Jose Luiz.

Ele Tb viajava de carona e estava com suas mochilas, sobrvivia duarante a viajem fazendo malabares. Me disse Tb que havia um camping de 10 pesos a diária que ele iria se hospedar, combinamos então de ir ate esse camping, passamos num grande supermercado antes para comer e depois partimos andando, caminhamos uns 2 km para chegar no charmoso camping.



O camping era realmente lindo, hávia um teleférico desativado que percorria uma imensa ladeira que supostamente seria para a pratica de esqui no inverno.A noite o dono do camping me vende uma barraca de camping por 30 pesos, estava nova, era de hospedes que haviam esquecido.Foi uma loucura cruzar quase todo o continente sem uma barraca que por falta de dinheiro não havia comprado. Sendo assim armei minha barraca junto a de Jose Luiz, logo depois saímos e fomos ao refugio do camping onde tds que estavam acampados se reuniam ali para jantar e conversar a beira de uma confortável lareira a lenha.

Conheci nessa noite inúmeras pessoas entre italianos, alemães, argentinos e ate brasileiros. Estava nesse camping a ciclista que passou por mim na estrada de Rio Grande, ela estava pedalando desde o Mexico, fiquei impressionado por ela ter cruzado o continente de bicicleta e sozinha, comecei a perceber que estava em ambiente de aventureiros, muito bom isso, eu não era o único a gostar de uma aventura extrema.

Minha estadia no Ushuaia foi curta porem repleta de acontecimentos onde fiz inúmeras amizades.Nessa mesma noite um italiano chamado Roberto prepara um inoc para todos que estavam no refugio. Foi uma festa em que todos conversaram muito, Participei de um aniversario no refugio do camping, era do irmão de uma linda portenha que havia conhecido, fizemos um churrasco nesse dia, provando pela primeira vez a carne argentina. Um tapa de assado foi o menu daquela noite de 25 de fevereiro de 2007. Logo depois de jantar eu e Nathalia saímos do refugio do camping para olhar as estrelas que estavam bem vivas naquela noite, deitamos no chão para se fixar no céu que estava limpo de norte a sul.No dia 27/02 acordei bem cedo para uma caminhada ate o Glacial Marial, pois não completo devido a uma contusão no tornozelo, porem havia chegado num dos lugares mais belos que já vi, fotografei uma belíssima paisagem composta de pequenos lagos que refletiam a cordilheira dos Andes como um espelho, a vegetação era composta por uma tonalidade vermelha bem viva

No dia 28/02 faco um desenho de 2 ciclistas alemães,o casal Simon e Brita, eles haviam me pedido para de desenhar um mapa com a rota deles para que pudessem fazer um cartão de visita. Tb visitei o museu do Ushuaia a tarde e o areroclube, ao anoitecer fiz belas fotos do Monte Olivia, um dos principais cartões postais do Ushuaia. Duranre minha estadia no Ushuaia almocei e jantei nos principais restaurantes, eu trocava caricaturas por refeições. Em especial almoçava todos os dias num dos mais belos e caros resturantes da cidade, o dono havia gostado muito do meu trabalho me convidando para almoçar e jantar todos os dias. Jamais havia desenhado caricaturas , mas sabia que seria capaz de fazer, a cada dia desenvolvia minha nova arte sem nunca ter visto alguém desenhar, confirmando a veia artística presente na familha da minha mãe devido ao sobrenome Foratini, sobrenome que Tb pertence a um dos grandes caricaturistas italianos chamado Giorgio Foratini.



Resolvo deixar o Ushuaia pela tarde do dia 02/03. Passo num supermercado para comprar mantimentos para a próxima etapa da viajem que seria cruzar toda terra do fogo pela segunda vez. Caminhei do camping ate a saída da cidade, um percurso de 4 km. Já eram 6 da tarde, havia chegado na saída da cidade onde a um portal de boas vindas dizendo: “bienvenidos a La ciudad mas austral Del mundo”,também traduzido em inglês.

Estava empolgado por novamente estar na estrada, eu e o asfalto unidos para realizar mais uma viajem ate os confins da Floresta Amazonica. Já estava a 10 dias no Ushuaia e o frio me causava um mal estar, queria rapidamente estar no calor tropical da floresta, pretendia chegar na Amazônia em um mês, ficando a maior parte do tempo no asfalto parando somente para descansar e comer, me livrando do frio que piorava a cada dia. Esse era o meu plano naquela hora, sem imaginar que minha estadia no extremo sul do continente seria mais extensa, viria a conhecer mais a diante dezenas de lugares incríveis dessa parte do mundo.

Presenciei no Ushuaia 5 dias de bom tempo com céu azul, raros nessa região, e outros 5 dias de queda de temperatura e mau tempo.

Naquela tarde de despedida do fim do mundo o tempo modificou-se por completo, os ventos ficaram fortes e a temperatura caiu absurdamente em apenas duas horas, me impedindo de ficar na estrada. Precisava de um abrigo para passar a noite. Havia a poucos metros de onde eu estava um posto YPF onde resolvi pernoitar no interior da moderna loja de conveniência, continuando a viajem na manha do dia seguinte. Fiquei comversando com os funcionários, tomei um café e jantei croassants e pão que havia comprado, assisti TV durante quase toda a noite e em alguns momentos cochilava sentado com a cabeça apoiada em uma das mesas. Comecava novamente as etapas de pouco descanso que a viajem de carona proporciona, quando se esta na estrada descansar e uma raridade, se quiser se deslocar de carona deve-se jamais tirar o olho da pista aproveitando todas as oportunidades.



Ushuaia – Argentina – 03/03 – 05:40hs





Me sentia minúsculo diante daquela tempestade, havia saído da loja bem cedo.

Estava na estrada esperando uma carona. Vi alguns trabalhadores uniformizados esperando o ônibus da empresa que passa e os levam, um casal de viajantes se posicionam mais a frente para Tb pegar carona conseguindo com um caminhão que passara.

Fico ali duas horas ate que a sorte me encontra. Um grande caminhão abre a porta onde me apresento dizendo que vou a bariloche, ele diz que pode me levar ate Rio Gallegos. Finalmente deixo o Ushuaia rumo a cidade de bariloche via ruta 40, uma das estradas mais inóspitas do mundo, conhecida pelos aventureiros por sua beleza.

Quando iniciamos a subida da cordilheira começou a nevar bem forte, a neve caia com velocidade numa posição vertical proporcionando um expetaculo visual que nunca havia visto, a paisagem estava totalmente diferente de quando havia chegado. A Cordilheira estava branca, a vegetação havia desaparecido com a neve e o asfalto também se decorava com o tempo, foi um espetáculo a parte, parecia que a natureza se despedia de mim como se fizesse um ultimo espetáculo. Cruzamos lentamente a terra do fogo devido ao peso do caminhão, cochilava a todo momento dentro do veiculo e era acordado com um grito do divertido caminhoneiro “Felipe acorda’,levava sempre um susto chegando a me irritar. Em rio grande presenciei um contrabando de cargas, ele para no acostamento e espera um carro que leva algumas caixas que tirou da carreta.Finalmente as 20:00hs chegamos a Rio galegos onde fico num posto de gasolina, o chato motorista que não tomei nota de seu nome me da um tickt para banho em que uso imediatamente. Ao descer do veiculo sou saudado por uma mulher, senti que foi um buenas tardes muito senssual, estava tão cansado que não dei atenção. Depois do banho tomado vou a um restaurante gastar meus únicos 20 pesos que havia ganhado no Ushuaia. Ao entrar no restaurante novamente encontro a mulher que me convida a sentar com ela e seu filho Stevan. Falei que não, que sentaria sozinho, pois estava muito exausto, não conseguia nem conversar. Depois que comi me reanimei e sentei com eles. Estavam voltando de um passeio pela patagônia e me convidaram a conhecer Punta Arenas. Resolvia naquele instante viajar com eles a cidade mais austral do Chile.

Logo após o jantar partimos percorrendo 4 horas ate Punta Arenas naquela estrada escura, os faróis eram bem fracos e limitava a visão, em um momento freiamos em cima de cavaletes de sinalização da estrada nos assustando muito. Tambem atropelamos muitas lebres que naquela região exixtem aos milhares. Stevan comenta sobre o Parque Nacional Torres Del Paine, um belíssimo lugar que não poderia deixar de conhecer, um lugar que já estava fora do meu árduo roteiro por condições financeiras e que provavelmente não conheceria. Chegamos em Punta Arenas as 01:00hs, onde paramos em algumas praças para fotografar monumentos. Fazia um frio enorme nessa madrugada. A mãe de Stevan ficaria em Punta Arenas na casa de sua Irma, deveríamos esperar o dia nascer para ir a sua casa. Eles decidiram dormir dentro do carro, estacionamos da orla, de frente ao estreito de Magalhães, eu armei minha barraca ao lado do carro que criava uma barreira contra o vento que estava bem forte. Acordamos pela manha e rapidamente fomos a casa da familia de Stevan, tomar um café da manha.



Punta Arenas – Chile – 10:23hs



Stevan me fala de um ponto turístico chamado Pinguineras onde decidimos ir de carona ate La. Sua mãe nos leva ate a estrada onde conseguimos uma carona em que paramos na entrada desse lugar. Estavamos a 36km de ripio das Pinguineras , demorou 3 horas ate passar um carro para pegarmos uma carona. Quando chegamos soprava um vento fortíssimo e pagava 5 dolares para entrar . Resolvi não visitar o lugar pois estava sem nenhum dinheiro, mesmo assim consegui admirar a beleza daquele lugar que parecia ser um grande lago cercado por grandes montanhas geladas. Ficamos ali pouco menos que 30 minutos retornando na mesma carona. Esse senhor que estava a bordo de uma Hillux nos deixa num parque municipal onde armo minha barraca. Quando começava a armar a barraca Stevan me pergunta se queria trocar minha barraca pela dele que era bem maior. Respondi que sim, e fiz uma caricatura em troca. Stevan vai embora e finalmente descanso muito, eram 17:00hs quando começo a dormir, acordando somente no dia seguinte. Passei uma confortável noite naquela imensa barraca que havia ganhado de Stevan, acordo bem cedo e vou a orla bem na frente do parque tentar uma carona rumo ao extremo norte da America do Sul. Fico pouco mais de 5 minutos e para uma pickup com um jovem motorista me levando poucos kms , desço em um posto onde ganho um café, não tinha um único centavo para o café da manha. Estava muito frio e a todo momento me imaginava na Amazônia, pretendia ir ate bariloche direto, depois San Pedro de atacama e machupichu, entrando assim na região selvatica peruana. Porem, numa viajem assim tudo pode acontecer, o itinerário planejado pode mudar a qualquer momento e mudou.



Cerca de uma hora depois de que estava no posto, sinalizo uma carona para um caminhão que para. O Motorista comenta que estava indo para Puerto Natales, o portal de entrada para o parque nacional torres Del paine. Sem pensar duas vezes embarco no velho caminhão com muita alegria, por acaso iria conhecer um dos lugares mais belos do mundo.

Seguimos viajem.

No caminho admirava belas paisagens com grandes montanhas em todas as direções, havia uma espécie de arvore durante todo o percurso, essas arvores eram modeladas pelos ventos que pareciam soprar apenas em uma direção. As ramificações dessa arvores cresciam somente para um lado, desde que cheguei no extremo sul o vento não da descanso, sopra 24 horas por dia numa velocidade incrível.

Desco do caminhão ficando na estrada, me abrigo num ponto de ônibus que havia uma cabine para pessoas se proteger do frio. Fiquei ali naquele silencio, admirando a planície, fotografei uma vegetação rasteira composta por flores amarelas que parecia um cenário de filme, era realmente lindo.



Estava com muita fome, sem um único dinheiro. Há alguns metros de onde estava havia uma porteira, provavelmente a entrada de uma fazenda que Vinha vindo um carro de dentro da estância. Vou ate a porteira e ajudo a abri-la para a passagem do carro, converso alguns minutos com o motorista, pergunto também se ele poderia me dar algo para comer, ganho um pacote de bolo industrial e alguns biscoitos saciando a minha fome. Eles vão embora na direção oposta do meu destino que estava bem próximo.

Me reposiciono na pista e começo a pedir carona aos carros que passavam. Não demora muito e uma van para me levando.

Era um quitandeiro pois sua van estava carregada de frutas e legumes, viajei cerca de 2 horas rodeado de hortaliças.







Puerto Natales – Chile – 04/03 – 16:00hs



Enfim havia chegado em Puerto Natales, rapidamente busquei um camping onde armo minha barraca numa modesta pousada com área de camping. Não tinha dinheiro e imediatamente fui andar pela cidade para fazer alguns desenhos conseguindo algum dinheiro. Fiz 4 caricaturas nessa tarde onde paguei duas diárias e jantei muito bem.

Minha estadia em Puerto Natales foi fantástica. Conheci diversas pessoas, uma delas foi o cantor Jorge Coco que cuidava da cozinha do restaurante da pousada. Participei com ele de um legitimo churrasco da patagônia, com um carneiro inteiro no espeto, a frente de um fogo de chão, musicas regionais tocadas pelo cheff vestido aos trages gaúchos, e um bom vinho chileno.

Foi uma das melhores carnes que havia comido.

Em uma das noites eu e um grande amigo que havia conhecido chamado Jose, um irlandês e um japonês, ambos hospedes do camping, experimentamos o pisco, um destilado de uva poderoso, nessa noite saímos a uma festa onde conheci uma bela chilena chamada Jessenia.

Eu e a Jessenia nos encontramos outras vezes e curtimos juntos alguns momentos, fiquei impressionado quando marquei um encontro com ela, ela pediu para vê-la as 00hs, devido a localização geográfica da cidade 00hs e como se fosse 17hs na região sudeste no Brasil.

Eu e Jose fizemos um peixe assado que Tb foi um dos melhores que já havia comido.

Todos os dias andava pela cidade para fazer desenhos e averiguar a maneira mais barata de conhecer o parque nacional torres Del paine que ficava a 200km de puerto natales.

Espreitava uma chance para conhecer o parque, e foi numa tarde no camping que apareceu a oportunidade.

Chegava para se hospedar na area do camping um casal de isrraelitas onde eu e Jose ajudamos eles com a barraca, em seguida conversamos um pouco e combinamos de ir ao parque no dia seguinte. A noite Jose vem ate minha barraca e me da um pacote de leite em pó e comidas instantâneas para que guarda-se em minha mochila para a viajem do dia seguinte. Iriamos caminhar ate o mirante das montanhas Torres Del Paine, uma cadeia de montanhas colossais que levam o nome do parque.

Acordamos bem cedo, organizamos nossas mochilas e partimos percorrendo os 200km no carro do amigo isrraelita e sua namorada, eu e Jose fomos no banco traseiro. A cada km da estrada de ripio avistávamos as mais belas e distintas paisagens dessa região, as montanhas pareciam se mover no horizonte, o céu estava azul, um tempo raro nessa parte do planeta. Paramos na estrada devido a beleza de uma paisagem, um lago de cor azul escura com montanhas nevadas. Saimos do carro para fotografar, o vento e o frio eram intensos, subitamente acontece algo mágico, um grande condor decola a pouco mais de 20mtrs de onde estávamos, nesse instante Jose começou a gritar como um louco, ele dizia que há um mito, uma lenda que diz que a pessoa que ver um condor de perto teria muita sorte na vida. Havia me impressionado com o tamanho daquele animal, essas enormes criaturas chegam a ter 3 metros de envergadura. Desde o Ushuaia avistava os condores, mas nao tão de perto.

Depois de muitas fotos seguimos a estrada parando novamente num cenário impressionante. Tratava-se de um lago de cor verde claro margeado por neve. No horizonte desse lago as Torres Del Paine exibiam sua imponência. Nos aproximamos do lago onde tivemos uma surpresa, não era neve que margeava o lago e sim sal, um sal grosso como de churrasco. O branco do sal, a água verde claro, as montanhas ao redor e alguns guanacos nos proporcionaram as mais belas fotos de toda a viajem. Laguna Amarga, assim e chamada a extraordinária lagoa. Percorremos mais alguns kms chegando na entrada do parque. Paga-se uma tarifa para a entrada e os guardas fiscalizam se as pessoas levam mantimentos, pois sem comida seria impossível percorrer os 8 dias de trekking para rodear todo o parque. Não iríamos fazer os 8 dias e sim faríamos o caminho ao contrario, em vez de começar do inicio da trilha, iríamos começar do final, chegando ao primeiro acampamento em 8 horas de caminhada. Deveriamos chegar antes do anoitecer no primeiro acampamento, para no dia seguinte chegar o mirante das Torres caminhando mais uma hora de subida íngreme. Estacionamos o carro no estacionamento de um belo e luxuoso hotel, localizado bem no inicio das trilhas.Ao sair do carro sentimos o extremo frio, parecia que a temperatura caiu muito em 1 hora, tiro da mochila mais um casaco e uma calca impermeável que visto imediatamente, aliviando aquele frio que era insuportável. O casal isrraelita resolvem se hospedar nesse hotel para seguir as trilhas no dia seguinte, pois já eram 12hs, eu e Jose teríamos que caminhar com passos rápidos para chegar ao primeiro acampamento antes do anoitecer. Nos despedimos do casal e começamos a penetrar no parque iniciando a fantástica caminhada.

Tudo era realmente fantástico, a paisagem do lugar parecia dopar a visão, fazendo as vezes, passar por uma sensação de que tudo aquilo era uma ilusão, éramos minúsculos diante daquelas montanhas que pareciam se deslocar a media que seguíamos caminho. A primeira etapa da trilha e a mais árdua, aproximadamente 4 horas de subida. A medida que subíamos o corpo sentia, principalmente eu que, por falta de experiência, levava toda minha bagagem nas costas, cerca de 20 kg. Pausamos inúmeras vezes para descancar e tirar fotos. Cruzamos com um casal de Brasileiros, aparentavam ter 20 a 25 anos, eles estavam com uma expressão de cansaço notável. Eles estavam finalizando os 8 dias de treking no parque e se queixavam de seus calcados que molharam muito, falaram também da sua barraca que molhou toda devido as chuvas dos dias anteriores, um homem sentiu pena deles e emprestaram uma barraca mais apropriada. Falei que para um percurso em regiões de clima hostil deveriam levar equipamentos especiais tal como roupas impermeáveis e barracas e sacos de dormir para baixas temperaturas.

Depois do encontro patriótico seguimos caminho, essa parte do caminho era tão difícil que vimos uma israelita um pouco gordinha, implorar para um homem que cruzava a trilha a cavalo, ouvimos ela oferecer dinheiro para que a levasse. Quando chegamos ao cume dessa etapa surgiu um grande alivio, paramos para respirar e beber água, avistamos alguns condores que sobrevoavam a uma altura exorbitante. Iniciamos então a descida, em que seu trajeto dava inicio a incursão a um grande vale cortado por um riacho. Foi menos árdua essa parte da caminhada, havia algumas pequenas cachoeiras em que recarregávamos nossas garrafas de água. O dia chagava ao fim, começava a entardecer e a exaustão quase me dominava. Em inumeros momentos pensei em desistir de chegar ao primeiro acampamento nessa mesma tarde. Minhas costas doíam muito e foi por pouco que não armei acampamento naquela hora para prosseguir no dia seguinte. Resisti as dores e prosseguimos, eu e meu amigo chileno José, que não levara uma mochila tão pesada como a minha. Gostei muito do caminho que leva ao parque, não há necessidade de guias como na chapada diamantina, toda a trilha e marcada com pinceladas de tinta nas arvores, é só seguilas que não há como se perder. O parque também oferece mapas contendo todas as trilhas marcadas. Um sistema de orientação que os parques nacionais do Brasil deveriam utilizar proporcionando mais segurança, comodidade e privacidade a seus visitantes.







Parque Nacional Torres Del Paine – Chile – 17:42hs



O acampamento base das Torres é completamente coberto por grandes arvores, há um córrego natural de água que e usada pelos visitantes para cozinhar, tomar banho ou escovar os dentes, porem deve-se levar a água para longe do rio para não contaminar a margem com produtos químicos, essas regras são fiscalizadas pelos guardas do parque que monitoram todos os acampamentos base, divididos por etapas em todas as trilhas. Eles habitam um chalé de alvenaria no estilo colonial, prestando também ajuda e orientações. Todos devem entrar no parque com um fogareiro a gás ou álcool, e proibido fazer fogueira, os banheiros são químicos num estilo bem rústico. Mas observei durante a caminhada belas estadias na trilha, para aventureiros que necessitam de mais conforto, contendo cama e banho quente, geralmente freqüentado por pessoas mais idosas. Durante toda a trilha cruzamos com pessoas e grupos de todo o mundo, todos na maioria aventureiros profissionais e amadores.

Ao chegar no parque Jose e eu armamos nossas barracas e fizemos uma comida. Preparamos no fogareiro a gás uma sopa instantânea, macarrão instantâneo, leite em pó e pão com manteiga. Havia bastante turistas no acampamento, cerca de vinte barracas nos faziam companhia. Estava completamente exausto, pensava que teria uma ótima noite de descanso, porem ocorreu naquela noite algo inesperado.

A temperatura caiu de tal forma que era impossível dormir com os equipamentos que eu tinha. Foi a noite mais fria que presenciei. Vesti todos os meus casacos, entrei no saco de dormir e retirei todas as minhas roupas da mochila me cobrindo ...



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